SUBVERTA

Pesquise as verdades primitivas aqui.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Papa é Pop - Cristo é Underground



Por Marcello Comuna
Acho relevante antes do texto em si, uma compreensão do termo underground. 

Underground significa subterrâneo, em português, e é usado para chamar uma cultura que foge dos padrões normais e conhecidos pela sociedade. Underground é um ambiente com uma cultura diferente, que não segue modismos e geralmente não está na mídia. 

Existe também a cultura ou movimento underground, que é formada por um grupo de pessoas que não está preocupada em seguir padrões comerciais, e pode ser chamada também de cena underground. A Cultura Underground está relacionada a música, artes plásticas, literatura e toda forma de expressão através das artes, principalmente pela cultura urbana contemporânea. Um indivíduo que deixa o movimento fala-se que "deixou o undergrond" ou "saiu do underground", e isso ocorre quando eles se tornaram populares e conhecidos pelo público, então não fazem mais parte dessa cultura. 

Vamos ao texto. 

“Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou.
E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. Dizendo ele estas coisas, muitos creram nele”. João 8:28-30 

Jesus estava na missão. Após mais um dia de caminhada e pregações, um grupo de judeus crê em suas palavras. Uma dialética tinha sido instaurada e os judeus tinham se convencido. Jesus deveria estar satisfeito, afinal, esse é o objetivo de um pregador, que seus ouvintes acreditem em suas palavras. 

A missão do dia estava cumprida. Se fosse em nossos dias, chamaríamos os convencidos à frente, induziríamos a repetir uma oração publica confessando Jesus como Senhor e arrependendo-se de seus pecados. Pronto! Iriamos para casa com nossa consciência e vaidade satisfeitas. Para muito de nós o trabalho estaria concluído. Nada mais precisaria ser dito. Daríamos a benção apostólica e encheríamos nossa boca para dizer que “N” pessoas foram salvas com nosso trabalho. 

Analisando o modo como Jesus compartilhava a verdade, penso que nosso trabalho evangelístico pós-moderno está muito distante do evangelismo praticado pelo próprio Cristo. 

Jesus poderia ter parado por ali, já tinha aumentado o rebanho. Mas supreendentemente ele continua a falar para aqueles que creram nele. Ele vai para o nível 2 do seu discurso e o clima fica tenso. 

Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. João 8:31-32

Minha mente literária gosta de pensar que nesse momento, Pedro, o mais ousado dos apóstolos, deve ter cochichado com João: “Ih! Vai dar merda!”.

Jesus deixa claro que não bastava fazer uma oração confessando-o como Senhor ou cantar músicas exaltando o seu nome, era preciso ir além. Os judeus na época de Jesus já carregavam uma enorme tradição e se consideravam um povo superior ao outros, não se sujeitando a ninguém. Aí Jesus chega e diz que ele só serão verdadeiramente livres após conhecerem a verdade. 

Que conversa é essa? Nunca fomos escravos de ninguém! Replicaram os judeus. Vs. 33. 

Jesus poderia recuar como faz os seus pseudos representantes nos programas de televisão quando são contra argumentados com outras verdades. Ele poderia abrir mão da sua verdade absoluta em nome do ecumenismo ou relativismo, como faz os artistas gospels da grande mídia. Ele poderia simplesmente evitar o conflito, afinal, aquelas pessoas já tinham acreditado nele. O importante não é aumentar o rebanho? Para Jesus isso não bastava, na verdade, isso não era importante. Esse frenesi por quantidade é uma influência direta do sistema capitalista em nosso meio. Mas isso é outra conversa... 

Jesus estava preocupado com o interior das pessoas. Ele queria faze-las enxergar os seus pecados e a partir daí começar um processo de redenção como estava acontecendo aos poucos com os doze que o assessoravam. Havia chegado o momento de espremer a ferida, expelir o pus, desconstruir castelos da religiosidade e tradição, dos achismos, da soberba judaica, da hipocrisia farisaica. 

Os judeus se consideravam os santarrões da terra. Jesus, porém, lhes diz: “Vocês são escravos do pecado”! Vs. 34 

Eles se vangloriavam de ser filhos de Abraão, assim como muitos incrédulos que convivemos hoje em dia afirmam que também são filhos de Deus. Jesus para esses afirmou: “Vocês são filhos do diabo!” Vs.44. (Nessa hora Pedro deve ter falado novamente: “Agora vai dar muita merda mesmo”!). 

Vai vendo a diferença do discurso do nosso Mestre para o discurso dos “cristãos” midiáticos. 

E aqui ele diz algo de suprema importância para nosso tempo apostata. 

“Mas porque eu digo a verdade não me credes [...]. Se vos digo a verdade por que não me credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus”. (Meus irmãos calvinistas adoram essa parte do texto) 

Jesus traz à tona aquelas falsas conversões. Aquelas decisões baseadas em emoções. 

Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: “Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tens demônio”? Jesus respondeu: “Eu não tenho demônio, antes honro a meu Pai, e vós me desonrais.
Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue”. João 8:48-50 

Ué?! O grupo não tinha crido? Porque voltaram a chamar Jesus de endomoniado? Jesus tem que se justificar e voltar a afirmar que era de Deus! O conflito estava instaurado, o Mestre abre mão dos elogios, dos tapinhas nas costas e de novos convites para pregar na sinagoga. 

Viu apologeta? Antes de você, Jesus também recebeu o título de encapetado por pregar o evangelho genuinamente e refutar as heresias. Renove suas forças e continue seu trabalho! Deixa os cabritos berrarem! 

Por fim, os que haviam se “convertido” pegam pedras para apedreja-lo. Contudo, o Mestre dá um “ninja gaiden” e despista seus candidatos a algozes. 

Nosso mestre deixou o exemplo. Ele nunca fez questão de ser pop. O papa é pop, o gospel é pop, Diante do Trono é pop, Pregador Luo virou pop. E o pop não poupa ninguém, já diria o poeta. Arrasta milhares com suas sedutoras propostas de glória e fama.

Nosso General é Underground! Nosso General nunca usou o pretexto de alcançar almas para buscar glória e fama, antes esvaziou a si mesmo. Seu discurso sempre foi under, sempre foi na contra mão da maioria. Ele não ficou com cara de paisagem diante a dureza de coração do povo, não envergou seu discurso mediante a uma situação de iminente perigo e que, se ele quisesse, poderia transformar em uma situação de consagração junto aos judeus. Perceba que caso Jesus abrisse mão do complemento do seu discurso, tudo terminaria em paz. Como termina em paz as apresentações na TV desses que negociam a verdade. No final ele sairia aplaudido e elogiado. Mas ele precisava dar o exemplo, afinal, foi ele mesmo que disse que bem aventurados seriamos quando pelo nome dele fossemos perseguidos. 

Igreja! Pare com essa bobagem de querer montar um ministério megalomaníaco para ganhar o Brasil, a China, a Nova Zelândia ou o raio que o parta para Cristo! Não se venda sob o pretexto de ganhar multidões. Pare de usar Salmos 2.8 para legitimar suas aberrações evangelísticas. Muitos homens ambiciosos alegam que estão em busca de conquistar as nações, as multidões para o Reino, por isso precisam construir impérios. Usam descaradamente e fora de contexto o verso: “Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade”. Pastores e cantores incitam pessoas a repetirem essa oração como se fosse um mantra levando-as ao erro para influencia-las a colaborarem com seus projetos gananciosos travestidos de "busca pelas nações". Isso não é uma oração para os homens, esse verso trata-se de um sublime e magnifico diálogo entre o Filho e o Pai. Esse Salmo é altamente poético, profético e escatológico. 

Deus entregará as nações a Cristo para julgá-las, esse é o teor da conversa. Nada tem haver com evangelismo. Veja o quê diz o verso seguinte: “Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro". Salmos 2:9 

Isso faz algum sentido? Evangelizar nações para julga-las e destruí-las? Claro que não! Deus entregará as nações e os confins da terra para Cristo, não para você!

Enfim, equívocos interpretativos a parte. 

Não adianta! O Evangelho genuíno nunca será pop. O Evangelho é underground, corre na contra mão, é marginal, é anti-mainstream. Se você anda pregando o evangelho e os não cristãos andam te aplaudindo demasiadamente, aconselho-te a rever o conteúdo que andas pregando. 

Abraços fraternos desse humilde servo que anda vigilante para manter-se no undergroud.

Leia me também no meu blog. http://verboprimitivo.blogspot.com/

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Não Pregamos Segundo os Homens



Por C.H. Spurgeon
O nosso evangelho nos ensina que o homem precisa nascer de novo, e que sem o novo nascimento ele estará perdido para sempre, ao passo que, com ele, obterá salvação eterna. O nosso evangelho não oferece desculpa ou cobertura para o pecado, porém o condena completamente. Não apresenta perdão, exceto através da expiação, e não oferece segurança nenhuma para o homem que abriga qualquer pecado dentro de si. Cristo morreu pelo pecado, e nós precisamos morrer para o pecado, ou morreremos eternamente. Se formos pregar o evangelho com fidelidade, então devemos também pregar a Lei. Não se pode pregar plenamente a salvação mediante o Senhor Jesus Cristo, sem colocar o Sinai como pano de fundo e o Calvário na frente. Os homens precisam sentir a malignidade do pecado, antes que possam apreciar o grande sacrifício que é o ápice e o cerne do nosso evangelho. Isso não é agradável para esta ou qualquer outra época; por conseguinte, eu tenho certeza que não foi inventado por homem algum.

Sabemos que o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo não é "segundo os homens" porque o nosso evangelho é tão apropriado para os pobres e iletrados. Os pobres, de acordo com sistema dos homens, são ignorados. O parlamento tem cercado todas as áreas livres, de maneira que um homem pobre não pode manter sequer uma ave. Não duvido que, se fosse viável e eficaz, logo teríamos notícia de uma concorrência para distribuir títulos de posse das estrelas entre certos senhores de renome. É evidente que há propriedades excelentes nas regiões celestiais que ainda não se encontram registradas nos cartórios da terra. Bem, seria mais fácil noticiar o sol, a lua, e as estrelas do que o evangelho do Senhor Jesus. Este é o terreno do homem pobre. "Aos pobres é pregado o evangelho". No entanto, não são poucos os que desprezam um evangelho que os pobres podem ouvir e compreender; e podemos ter certeza que o evangelho simples não veio deles, pois a sua inclinação não pende para essa direção. Eles querem algo obscuro, ou, como eles dizem, "reflexivo". Acaso não ouvimos este tipo de comentário: "Nós somos intelectuais, e precisamos de um ministério culto. Esses pregadores evangelistas, servem muito bem para assembléias populares, mas nós sempre fomos seletos, e requeremos aquela pregação que está em dia com os tempos atuais"? Sim, sim, e a escolha deles será alguém que não vai pregar o evangelho, a não ser de uma maneira nebulosa; pois se ele realmente proclamar o evangelho de Jesus, os pobres com certeza se farão presentes, e espantarão os grã-finos.

Irmãos, nosso evangelho não tem nada com alto e baixo, rico ou pobre, negro e branco, culto ou inculto. Se faz alguma diferença, ele prefere os pobres e oprimidos. O grande Fundador diz: "Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos". Louvamos a Deus que escolheu as coisas simples, e as desprezadas. Eu ouço que o ministério de um homem tem sido elogiado - embora sua congregação esteja diminuindo gradualmente -pois tal homem tem feito um grande trabalho entre os jovens intelectuais. Confesso que não creio na existência de tais jovens intelectuais; tenho visto que aqueles que se enganam com coisas assim, geralmente podem ser conside­rados mais presunçosos do que intelectuais. Os homens jovens são todos muito bons, como também as jovens mulheres, e mesmo as mulheres idosas; mas eu fui enviado para pregar o evangelho a toda criatura, e não posso limitar-me aos jovens intelectuais. Eu certifico-lhes que o evangelho que tenho pregado não é "segundo os homens", pois desconhece a seleção e exclusividade, porém, valorizo a alma do varredor ou do lixeiro tanto como a do primeiro ministro ou a da sua majestade, a rainha.

Finalmente, temos certeza que o evangelho pregado por nós não é "segundo os homens" porque eles não o levam em consideração. Ele é combatido até hoje.

Se existe algo amargamente odiado, é o puro evangelho da graça de Deus, especialmente se for mencionada a detestável palavra "soberania". Atreva-se a dizer: "Ele terá misericórdia de quem tiver misericórdia, e Ele terá compaixão de quem tiver compaixão," e os críticos furiosos vão lhe revidar sem se pouparem. O religioso moderno não só odeia a doutrina da graça soberana, mas ele ruge e se enfurece só em ouvi-la mencionada. Na verdade, ele preferiria ouvir alguém blasfe­mar a ouvi-lo pregar a eleição pelo Pai, expiação pelo Filho, e regeneração pelo Espírito Santo. Se quiser ver um homem transtornado até que o satânico predomine, deixe que alguns dos neófitos eclesiásticos ouçam você pregar um sermão sobre a livre graça. Um evangelho "segundo os homens" será bem vindo pelos homens; porém, precisa de uma operação divina no coração e na mente para tornar um homem disposto a receber, no fundo de sua alma, este indigesto evangelho da graça de Deus.

Meus queridos irmãos, não tentem fazer o evangelho aceitável às mentes carnais. Não escondam a ofensa da cruz ou vocês a tornarão sem efeito. Os ângulos e os cantos do evangelho são sua força, privá-lo destes é tirar o seu poder. Disfarçá-lo não é aumentar sua força, e sim, levá--lo à morte. Ora, mesmo entre as seitas, vocês já devem ter notado que seus pontos distintivos são os braços de seu poder, e quando esses pontos são praticamente omitidos a seita perde seu poder. Aprendam, então, que se tirarem Cristo do cristianismo, o cristianismo estará morto. Se removerem a graça do evangelho, o evangelho deixa de existir. Se as pessoas não gostam da doutrina da graça, dê-lhes isso intensamente. Mesmo quando os opositores reclamam sobre um certo tipo de arma, um poder militar sábio proverá muito mais dessa espécie de artilharia. Um grande general, aproximando-se de seu rei tropeçou em sua própria espada. "Eu vejo", disse o rei, "sua espada está lhe atrapalhando". O guerreiro respondeu: "Os inimigos de sua majestade freqüentemente sentem o mesmo". O fato de nosso evangelho ofender os inimigos do Rei não nos entristece.

Queridos amigos, se realmente não recebemos nosso evangelho de homens mas de Deus, então continuemos recebendo a verdade através do divinamente designado canal da fé . Porventura têm certeza que um dia realmente entenderão a Palavra de Deus? Para a maioria de nós o entendimento é como um estreito portão de entrada para a "cidade da Alma Humana", e as grandes coisas de Deus não podem ser dimi­nuídas para poderem passar por aquela entrada. A porta não é bastante larga. Todavia, nossa cidade tem um grande portão chamado fé, através do qual até o infinito e o eterno podem ser admitidos. Pare com este esforço inútil de trazer à mente, pela razão, aquilo que tão facilmente pode habitar em você pelo Espírito Santo através da fé.

Nós que falamos contra o racionalismo somos inclinados a ser demasiadamente racionais; e não há nada tão irracional quanto esperar receber as coisas de Deus através da razão. Creiamos nelas através do testemunho divino, e quando elas nos provarem ou mesmo parecerem ofender nossa sensibilidade humana, ainda assim que as recebamos por serem divinas. Não devemos opinar sobre o que deve ser a verdade de Deus; temos que aceitá-la como Deus a revela.

A seguir, que cada um de nós aguarde oposição se ele receber a verdade do Senhor, e especialmente oposição de uma pessoa que é próxima e querida por ele - a saber - ele mesmo. Há um velho homem que ainda vive, e que não é um amante da verdade, mas, pelo contrário, ele é um parceiro da falsidade. Ouvi um policial dizer que quando esteve em Trafalgar Square, e uns sujeitos desprezíveis o agrediam, assim como a outro policial, ele sentia um osso do velho homem mexendo dentro dele. Ah, sentimos esse osso muito freqüentemente! A natureza carnal se opõe à verdade, pois ela não está reconciliada com Deus, e nem, na verdade, poderia estar. Oremos ao Senhor para vencer nosso orgulho, para que a verdade nos domine, apesar de nosso coração mau. Quanto à oposição do mundo exterior, não devemos estar alarmados com os fatos, pois fomos ensinados a aguardá-los. Agora as oposições não nos preocupam. O capitão de um navio não se importa se um borrifo d’água cair sobre ele.

Lembre-se, se você não recebeu a verdade senão pelo poder do Espírito de Deus, não pode esperar que os outros a recebam. Eles não crerão em seus relatos a não ser que o braço do Senhor lhes seja revelado. Mas depois, se a fé for operada pelo Espírito Santo, não precisamos temer que os homens possam destruí-la. Aqueles que tentarem mudar a nossa crença bem podem ter dúvidas quanto ao seu sucesso nessa proeza! Se a fé for operada divinamente em nossas almas, podemos vencer todos os sofismas, elogios, tentações e ameaças. Seremos divinamente obstinados; aqueles que tentarem nos perverter terão de desistir. Possivelmente eles nos chamem de fanáticos, ou intolerantes, ou mesmo idiotas; mas isso significa pouco se nossos nomes estiverem escritos no céu.

Em conclusão podemos deduzir do nosso texto que se estas coisas nos vierem da parte de Deus, podemos descansar completamente nelas. Se elas vieram de homens, provavelmente nos falharão em meio a uma crise. Você alguma vez confiou em homens sem ter se arrependido antes mesmo que o sol se pusesse? Alguma vez você se apoiou num braço de carne sem descobrir que os melhores dos homens são apenas homens no melhor dos casos? Mas se estas coisas vem de Deus elas são eternas e totalmente suficientes. Podemos viver e morrer confiando no evangelho eterno. Vamos viver mais e mais com Deus, e com Ele somente. Se temos recebido luz dEle há mais bênçãos a serem alcançadas. Vamos àquele Mestre para aprendermos mais das coisas profundas de Deus. Creiamos corajosamente no sucesso do evangelho que temos recebido. Cremos nele, creiamos por ele. Não nos desesperaremos embora a Igreja visível, como um todo, possa apostatar. Quando os invasores cercaram Roma, e toda a região ficou à mercê deles, um terreno estava à venda, e um romano o comprou por um valor justo. O inimigo estava lá, mas ele seria desalojado. Talvez o inimigo destruísse o Estado romano. Deixe-o tentar! Tenha você a mesma firmeza. O Deus de Jacó é o seu refúgio, e ninguém pode resistir Seu eterno poder e deidade. O evangelho eterno é nossa bandeira, e com Jeová para sustentá-lo, nosso padrão nunca baixará. No poder do Espírito Santo a verdade é invencível. Venham, hostes do inferno e exército do inimigo! Que a sutileza, a destreza, o racionalismo e o sacerdócio façam o pior que puderem!

A Palavra do Senhor dura para sempre - aquela mesma Palavra a qual pelo evangelho é pregada entre os homens.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Evangelho: O dedo na Goela.


"Assim me aproximei do anjo e lhe pedi que me desse o livrinho. Ele me disse: "Pegue-o e coma-o! Ele será amargo em seu estômago, mas em sua boca será doce como mel".
Peguei o livrinho da mão do anjo e o comi. Ele me pareceu doce como mel em minha boca; mas, ao comê-lo, senti que o meu estômago ficou amargo".
Apocalipse 10:9-10

A palavra entra suave e depois arrebenta com o EU corrompido dentro de nós. Depois vem a transformação de caráter expelindo o mal através do vômito. É como se o evangelho (ou Cristo) pusesse o dedo em nossa goela e nos fizesse vomitar nossa podridão.

"Vômito é a expulsão violenta do conteúdo gástrico pela boca, acompanhada em geral de contração violenta na musculatura abdominal".¹

É violento, é incomodo e é amargo. Mas a sensação pós vômito é de intenso alívio. 

É esse rebuliço que o evangelho genuíno provoca no nosso ser. Mexe com o profundo da alma, invade as câmaras da nossa consciência pecaminosa e impulsiona tudo para fora.

Mas como algo pode ser doce em nossos lábios e amargo em nosso estômago? Penso que não poderia haver descrição melhor para o efeito que o evangelho provoca no homem. No meu último texto; Evangelho - A grande Lupa, abordei esse efeito provocado pela "verdade que liberta". Inicialmente o Evangelho consola os sofredores (doçura), posteriormente os leva para o CTI para tratamentos intensivos (amargura).

Essa verdade liberta nosso interior dos lodos pecaminosos agarrados em nossos corações. É como se toda vez que o radar das Escrituras detectam algo podre em nosso estômago (coração - mente), Jesus viesse e nos induzisse a vomitar.

Nós somos convidados a ter uma vida de vômitos. Devemos vomitar nossa inveja, avareza, egoísmo, hipocrisia, promiscuidade e tantas outras mazelas que nos pesam o estômago, a alma, o espírito. Ou será que não foi isso que o salmista queira dizer quando orou assim: "Sonda meu coração Senhor e vê se há nele algum mau caminho" Salmo 139.23

Deus abençoe.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Evangelho: A Grande Lupa

Por Marcello Comuna
Em junho de 2006, no auge da euforia da Copa do Mundo, eu estava mais triste que um adolescente morador de Seattle na década de 90.  Vinte e seis natais tinham se passado e eu tinha a sensação de estar parado no mesmo lugar – e estava. Escravo do hedonismo, minha vida se resumia a trabalhar para poder sustentar minha droga, minha movimentada e insana vida sexual e minha vaidade, a saber, a manutenção do meu estereótipo de rapper - o quê não era barato.

Eu estava experimentando a veracidade do ditado: “Quem planta vento colhe tempestade”.  Eu estava colhendo tempestades sentimentais depois de ter semeado ventos em corações sinceros. Machismo idiota que nos programa para frustrar muita gente boa.
Até que, afogado em lágrimas, fui atraído pelas palavras de Jesus: “Vinde a mim todos que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”.

Cheguei diante de Deus reconhecendo que tudo estava errado na minha vida e que a culpa era das minhas péssimas escolhas.  Mas agora eu queria mudar, eu queria deixar de ser tão inconsequente.

Foi quando eu descobri que Deus dá um alívio imediato quando chegamos diante dele arrebentados. Faz-nos experimentar uma paz interior, nos tranquiliza e nos enche de fé através da Sua palavra e depois...

No despedaça!!

"Qualquer que cair sobre aquela pedra ficará em pedaços, e aquele sobre quem ela cair será feito em pó."  Mateus 21:44

E é nessa hora que o Evangelho se revela extremamente poderoso para remir um homem. Ele confronta e despedaça. Com precisão cirúrgica ele separa praticamente o inseparável: Corpo, alma e espírito.

Como uma lupa gigante ele revela o profundo da alma humana, destrói nossos castelos de areia alicerçados sobre achismos e vãs filosofias. Ele nos desnuda e se apresenta como um espelho refletindo as vísceras podres que há em nós, mas que não enxergamos (ou fingimos não enxergar).  Ele denuncia a nossa rebelião contra o Criador e nos alerta: Somos indesculpáveis!  Contudo, a boa nova se apresenta em forma de cruz, com um inocente sendo sacrificado em nosso lugar. Esse inocente é o próprio Deus em forma humana, pois somente ele poderia aplacar o seu próprio senso de justiça.

Outro dia vi no programa Esquenta - Regina Casé declarando a seguinte frase ao receber uma cidadã com evidentes distúrbios psíquicos autointitulada pastora: “Se quiser levar pessoas a Deus sem acusação, com alto astral, pode contar comigo”. Fiquei pensando...

Isso é impossível! Como alguém poderá ser absolvido antes de ser acusado? Como alguém poderá aceitar se medicar antes de ser comprovada sua doença? Como alguém poderá desejar ser salva antes de se convencer que está perdida?

Em 2006 eu achava que meu único problema era minha compulsividade por prazer, minha falta de limite hedonista. Eu me considerava um cara bonzinho porque não matava, não roubava e tinha dó dos mais humildes. E eu creio que a maioria das pessoas se considera boas pelos mesmos motivos. A mente humana está anestesiada para o pecado principal: A ingratidão Àquele que dá o folego da vida.

O Evangelho é como dedos espremendo um furúnculo e expelindo todo pus. Esse processo é doloroso, por vezes sentimos vontade de parar de espremer, mas ao fim, o carnegão sai e a ferida é curada.

É comum o ditado: “Quem não vem a Deus por amor vem pela dor”. Eu, porém, creio não haver outra via para o Pai que não seja a dor. Doeu primeiro em Cristo há mais de dois mil anos. Hoje dói em todo aquele que se submete a lupa do evangelho. É preciso quebrar o vaso para construir um novo. E irmão, isso dói! Na verdade, o Evangelho é o melhor e mais completo tratamento psicológico, terapêutico e psicanalítico de todos os tempos. Se o caro leitor está familiarizado com esse universo, sabe que todos eles incluem a dor da interiorização no processo de cura. É isso que a revelação de Deus faz, revela o seu lado podre incompatível com toda santidade do Senhor e te mostra à única saída; Aceitar ser justificado pelo sacrifício de Jesus.

A via que nos conduz ao Eterno passa obrigatoriamente pela cruz e ali está a unificação de dor e amor extremos. Ou seja, é impossível pregar o Evangelho Genuíno desmembrando um do outro.

Então, meu irmão, fuja de toda pregação em nome de Deus que massageie demasiadamente o seu ego. Fuja das mensagens de paz e amor que não despertam consciência e não te constrange. 

E se as Escrituras não tem valor para você, então ouça a sabedoria popular daquele velho ditado: “O amigo verdadeiro não é aquele que te aplaude o tempo todo, e sim aquele que aponta os seus erros e te repreende quando necessário”.

Deus abençoe.