SUBVERTA

Pesquise as verdades primitivas aqui.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Martin Luther King, Comunas Cristãos e Capitalismo


Martin Luther King
“… Mas que jorre a equidade como uma fonte e a justiça como torrente que não seca” (Amós 5:24).
Poucos assuntos exigem um estudo mais completo e mais sério do que o do Comunismo. Há, pelo menos, três razões que obrigam um ministro cristão a falar sobre o assunto.
A primeira razão é a de reconhecer que a vasta influência comunista se tem espalhado, como uma maré imensa, pela Rússia, China, Europa Oriental e até, atualmente, pelo nosso hemisfério. Existe no mundo quase um bilhão de pessoas que perfilham as suas doutrina e muitas delas professam-na como uma nova religião a que inteiramente se submetem. Não podemos ignorar tal força.
A segunda razão é a do Comunismo ser o único adversário perigoso do Cristianismo. Religiões importantes como o Judaísmo, Budismo, Hinduísmo ou Maometanismo são possíveis alternativas para o Cristianismo, mas ninguém versado nos fatos do mundo moderno pode negar que o Comunismo é o maior rival do Cristianismo.
A terceira razão é que seria desleal, e decerto pouco científico, condenar um sistema antes de saber do que ele trata e por que está errado.
Deixai-me agora fixar claramente a premissa básica deste sermão: o Comunismo e o Cristianismo são fundamentalmente incompatíveis. Um cristão autêntico nunca poderá ser um comunista autêntico, porque as duas filosofias são antitéticas e não há dialética de lógico que possa reconciliá-las. Porquê?
Primeiro, porque o Comunismo se baseia numa visão materialista e humanista da história e da vida. Segundo a teoria comunista, não é a inteligência nem o espírito que decidem do universo, mas apenas a matéria; esta filosofia é declaradamente secularista e ateísta. Para ela, Deus é um simples mito criado pela imaginação; a religião, um produto do medo e da ignorância; e a Igreja, uma invenção dos governantes para controlarem as massas. O Comunismo, tal como o Humanismo, mantém, além disto, a grande ilusão de que o homem pode salvar-se sozinho, sem a ajuda de qualquer poder divino, e iniciar uma nova sociedade.
“Luto sozinho, e vença ou morra,
não preciso de ninguém que me liberte;
Não quero nenhum Cristo que me diga
Poder um dia morrer por mim”.
Ateísmo frio, mascarado de materialismo, o Comunismo não admite Deus nem Cristo.
No centro da fé cristã está a afirmação de que existe um Deus no Universo, base e essência de toda a realidade. Ser de infinito amor e de poder ilimitado, Deus é o criador, o defensor e o conservador de todos os valores. O Cristianismo, ao contrário do materialismo ateu do Comunismo, afirma um idealismo teísta. A realidade não pode explicar-se por matéria em movimento ou tensão de forças econômicas opostas. O Cristianismo afirma que existe um Coração no coração da realidade, um Pai extremoso que trabalha através da História para a salvação dos seus filhos. O homem não pode salvar-se a si próprio porque não é ele a medida de todas as coisas e a humanidade não é Deus. Preso pelas cadeias do seu próprio pecado e das suas próprias limitações, o homem necessita dum Salvador.
Em segundo lugar, o Comunismo assenta num relativismo ético e não aceita absolutos morais estabelecidos. O bem ou o mal são relativos aos métodos mais eficientes para o desenvolvimento da luta de classes. O Comunismo emprega a terrível filosofia de que os fins justificam os meios. Apregoa pateticamente a teoria duma sociedade sem classes, mas, infelizmente, os métodos que emprega para realizar esse nobre intento são quase sempre ignóbeis. A mentira, a violência, o assassinato e a tortura são considerados meios justificáveis para realizar esse objetivo milenário. Será isto uma acusação falsa? Escutai as palavras de Lenine, o verdadeiro estrategista da teoria comunista: “Devemos estar prontos à empregar o ardil, a fraude, a ilegalidade e a verdade encoberta ou incompleta”. A História moderna tem passado por muitas noites de agonia e por muitos dias de terror por causa desta opinião ter sido tomada a sério por muitos dos seus discípulos.
A contrastar com o relativismo ético do Comunismo, o Cristianismo estabelece um sistema de valores morais absolutos e afirma que Deus colocou dentro da própria estrutura deste universo certos princípios morais, fixos e imutáveis. O imperativo do amor é a norma de todos os atos do homem e o autêntico cristianismo recusa-se também a seguir a filosofia dos fins que justificam os meios. Os meios, quando destrutivos, nunca podem construir seja o que for, porque os meios são a representação do ideal na realização e na confirmação do objetivo pretendido. Os meios imorais não podem conseguir os fins morais, porque os fins já pré-existem nos meios.
Em terceiro lugar, o Comunismo atribui o máximo valor ao Estado; o homem é feito para o Estado, em vez do Estado para o homem. Poderão objetar que o Estado, na teoria comunista é uma “realidade intermediária” que “desaparece” quando emergir a sociedade sem classes. Em teoria, isto é verdade; mas também é verdade que, enquanto o Estado se mantém, é ele a finalidade. O homem é o meio para esse fim e não possui quaisquer direitos inalienáveis; os únicos que possui derivam ou são-lhe conferidos pelo Estado. A nascente das liberdades secou sob um tal regime. Restringe-se no homem a liberdade da imprensa e da associação, a liberdade de voto e a liberdade de ouvir ou de ler. Arte, religião, educação, música ou ciência, tudo depende do Estado, e o homem é apenas o servo dedicado do Estado onipotente.
Tudo isto não só é contrário à doutrina de Deus, como também à valorização cristã do homem. O Cristianismo insiste que o homem é um fim porque é filho de Deus, criado à sua imagem e semelhança. O homem é mais do que um animal reprodutor dirigido pelas forças econômicas; é um ser com alma, coroado de glória e de honra, dotado de liberdade. A maior deficiência do Comunismo está em tirar ao homem exatamente a qualidade que faz dele um homem. Diz Paul Tillich que o homem é homem porque é livre; e essa liberdade traduz-se na capacidade que tem de deliberar, decidir e reagir. No Comunismo, a alma do indivíduo está amarrada pelas cadeias do conformismo, e o espírito pelas algemas da obediência ao partido. Despojam-no da consciência e da razão. O mal do Comunismo está em não ter uma teologia nem uma Cristologia; revela assim uma antropologia muito confusa, tanto acerca de Deus, como acerca do homem. Apesar dos discursos brilhantes sobre o bem-estar das massas, os métodos do Comunismo e a sua filosofia despem o homem da sua dignidade e do seu valor, reduzindo-o à despersonalização duma simples roda na engrenagem do Estado.
Tudo isto, claro, sai fora da harmonia do pensamento cristão. Não procuremos enganar-nos: estes sistemas de idéias são por demais contraditórios para poderem reconciliar-se. São maneiras totalmente opostas de encarar o mundo e a sua evolução. Temos obrigação, como Cristãos, de rezar sempre pelos comunistas, mas nunca poderemos, como verdadeiros cristãos, tolerar a filosofia do Comunismo.
Há, contudo, no espírito e na ameaça do Comunismo alguma coisa que nos diz respeito. O falecido Arcebispo de Cantuária, William Temple, considerava o Comunismo como uma heresia cristã. Queria significar com isso que algumas das verdades de que o Comunismo se apossou são parte integrante da doutrina cristã, embora misturadas com teorias e práticas que nenhum cristão pode aceitar.
A teoria do Comunismo, mas não decerto, a prática incita-nos a preocuparmo-nos mais com a justiça social. Com todas as suas falsas assunções e com todos os seus métodos cruéis, o Comunismo surgiu como um produto contra as injustiças e indignidades infligi das sobre os desprivilegiados. O Manifesto Comunista foi escrito por homens apaixonados pela justiça social. Karl Marx, filho de judeus que, por sua vez, descendiam duma família de rabinos, e eram, portanto versados, como é natural, nas Escrituras Hebraicas nunca conseguiu esquecer as palavras de Amós:
“Mas que jorre a equidade como uma fonte e a justiça como uma torrente que não seca” (Amós 5:24).
Os pais de Marx adotaram o Cristianismo quando ele tinha apenas seis anos, acrescentando assim o Novo ao Antigo Testamento. Embora o seu ateísmo e anticlericalismo finais, Marx nunca esqueceu completamente o interesse de Jesus por “esses mais pequeninos”. Nas suas obras advoga a causa dos pobres, dos explorados e dos deserdados.
O Comunismo, na teoria, insiste numa sociedade sem classes. Embora o mundo saiba através de tristes experiências que o Comunismo criou classes novas e um novo Código de injustiça, na sua formulação teórica prevê uma sociedade mundial que transcenda as futilidades da raça ou da cor, da classe ou da casta. Teoricamente, para pertencer ao partido comunista não é exigida a cor de pele dum homem nem o tipo do sangue que lhe corre nas veias.
Os Cristãos são obrigados a reconhecer todo ou qualquer interesse apaixonado pela justiça social. Esse interesse é fundamental na doutrina cristã da Paternidade de Deus e da fraternidade dos homens. Os Evangelhos abundam em manifestações de interesse pela situação dos pobres. Ouçamos as palavras do Magnificat: “Derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes; saciou de bens os famintos e despediu os ricos de mão vazia” (Lucas 1:52-53). Nunca nenhum doutrinador comunista expressou uma tal paixão pelos pobres e pelos oprimidos, como a que encontramos no Manifesto de Jesus quando afirma: “O Espírito do Senhor está sobre Mim pelo que Me ungiu; e enviou-Me para anunciar a boa-nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista; para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor” (Lucas 4:18-19).
Os cristãos também são intimados a reconhecer esse ideal de unidade, num mundo onde sejam abolidas todas as barreiras da casta ou de cor. O Cristianismo repudia o racismo. O amplo universalismo centrado no evangelho torna moralmente injustificável a injustiça racial tanto na teoria como na prática. O preconceito rácico é a negação flagrante da nossa unidade em Cristo, porque em Cristo não há judeu ou gentio, cativo ou livre, preto ou branco.
Apesar da nobreza das afirmações cristãs, nem sempre a Igreja tem demonstrado um grande interesse pela justiça social, contentando-se muitas vezes com pronunciar sentenças piedosas ou trivialidades beatas. Tão preocupada tem estado com a felicidade futura “do além”, que se tem, por vezes, esquecido dos males presentes “cá da terra”. Mas a Igreja é também desafiada a mostrar toda a importância do Evangelho de Cristo dentro da situação social. É tempo já de perceber que existem dois rumos no Evangelho Cristão. Um, onde se procura transformar a alma dos homens e promover assim a sua união com Deus; outro, em que se tenta modificar as suas condições de vida a fim de que as suas almas tenham possibilidades de salvação. Toda a religião que manifeste preocupação pelas almas sem se preocupar com as condições econômicas e sociais que as destroem ou atabafam, é apenas, como dizem os marxistas, urna espécie de “ópio do povo”.
Também a honestidade nos obriga a admitir que nem sempre a Igreja foi fiel à sua missão na questão da justiça racial; nesse campo, falhou miseravelmente perante Cristo. E não só pelo fato de ter mantido um espantoso silêncio e urna indiferença desastrosa em relação ao problema rácico corno, além disso, por ter tanta vez participado ativamente na organização e na manutenção de exemplos desse sistema rácico ou de casta. Se a Igreja Cristã se tivesse realmente oposto, nunca o colonialismo teria durado tanto. A Igreja Holandesa da Reforma Protestante é ainda hoje urna das principais defensoras do vicioso sistema do apartheid na África do Sul. Nunca a escravatura se poderia ter mantido quase duzentos e cinqüenta anos na América, se a Igreja a não sancionasse; nem a segregação e a discriminação poderiam ter existido se a Igreja cristã não se tivesse calado ou até mesmo apoiado verbalmente. Temos de admitir também o vergonhoso fato da Igreja ser a maior instituição segregada da sociedade americana, e de o momento de maior segregação durante a semana ser, como o Professor Liston Pope apontou, o das onze horas da manhã de domingo. Quantas vezes a Igreja não tem sido mais um eco do que uma voz; ou a luz que está por detrás do Supremo Tribunal ou doutras quaisquer instituições seculares, em vez de ser a que guia e encaminha os homens, de forma progressiva e decisiva, para um mais alto nível de compreensão.
Deus julga a sua Igreja. Na alma dela existe um cisma que tem de acabar. Quando os futuros historiadores disserem que, em pleno século vinte, a Igreja era um dos maiores baluartes da supremacia racial considerar-se-á isto, decerto, como um dos maiores dramas da história cristã.
Perante o desafio comunista, devemos examinar honestamente a fraqueza do capitalismo tradicional forçoso admitir sinceramente que o capitalismo cria, na maioria dos casos, um abismo entre a riqueza supérflua e a miséria abjeta assim como as condições que permitem ir tirar a muitos o que lhes é indispensável para dar a alguns o luxo de que usufruem, e que cultiva a mesquinhez dos homens, tornando-os frios e inconscientes, a ponto de ficarem, como o homem rico diante de Lázaro, indiferentes perante a humanidade sofredora e necessitada. Apesar das reformas sociais permitidas pelo capitalismo americano a fim de se reduzirem tais tendências, ainda falta realizar muita coisa. Deus quer que todos os seus filhos gozem de condições básicas para uma vida sã e significativa. É, com certeza, pouco cristão e pouco ético, refastelarmo-nos em camas fofas e luxuosas, enquanto outros se afundam na mais negra miséria.
O lucro, quando é a base única dum sistema econômico, estimula a competição brutal e a ambição egoísta, e instiga os homens a procurar viver bem, de preferência a realizarem uma vida. De tal maneira lhes desenvolve o seu "eu" que deixam de se interessar pelos outros. Não haverá em nós uma grande propensão para avaliarmos o êxito pelo índice dos vencimentos ou pela potência do motor dos carros, em vez de o avaliarmos pela qualidade do nosso serviço ou da nossa solidariedade em relação aos outros? O Capitalismo pode levar a um materialismo prático tão prejudicial como o materialismo teórico dos comunistas.
Admitamos honestamente que, nem o capitalismo tradicional, nem o marxismo contêm a verdade; ambos representam apenas uma verdade parcial. Historicamente, o capitalismo falhou no discernimento da verdade no empreendimento coletivo, assim como ao Marxismo faltou o discernimento da verdade no empreendimento individual. O Capitalismo do século dezenove não soube perceber que a vida é social, e o marxismo não soube ver, nem ainda o sabe que a vida é individual e social. O Reino de Deus não é a tese do empreendimento individual nem a antítese do empreendimento coletivo; é a síntese que reconcilia a verdade de ambos.
Somos ainda desafiados a dedicar as nossas vidas à causa de Cristo, pelo menos, tanto como os comunistas dedicam as deles ao Comunismo. Nós, que não podemos aceitar o credo dos comunistas, temos de reconhecer neles o zelo e a dedicação a uma causa que consideram capaz de criar um mundo melhor. Possuem determinação e propósito, e trabalham apaixonada e assiduamente na conquista de adeptos para a sua causa. Quantos Cristãos estarão empenhados em conseguir novos adeptos para Cristo? Nem o zelo por Cristo nem o interesse pelo seu Reino são muito correntes. Para muitos cristãos, o Cristianismo é uma atividade dominical que à segunda-feira deixa de interessar, e a Igreja pouco mais do que um local de reuniões sociais, com um certo tom religioso. Jesus representa para nós um símbolo antigo ao qual nos dignamos chamar Cristo, e nas nossas vidas inconsistentes não o manifestamos nem o reconhecemos. Se ao menos a chama dos corações de todos os cristãos ardesse com a mesma intensidade daquela que arde nos corações comunistas! Não será pelo nosso zelo cristão que o Comunismo ainda se mantém tão vivo no mundo?
Entreguemo-nos de novo à causa de Cristo e procuremos readquirir o espírito da Igreja primitiva. Por toda a parte por onde andaram, os cristãos eram as testemunhas triunfantes de Cristo; ou nas ruas das aldeias, ou nas cadeias das cidades, proclamavam sempre aberta- mente a boa-nova do Evangelho. E a recompensa que geralmente recebiam por esse audacioso testemunho era a cruciante agonia num covil de feras ou o sofrimento pungente do martírio. Mas, mesmo assim, consideravam a sua causa tão grande, e tão divina a transformação operada pelo Salvador, que o sacrifício lhes parecia pequeno. Quando chegavam a uma cidade, a estrutura do poder ficava abalada; o Novo Evangelho que anunciavam trazia um novo calor primaveril a homens cuja vida até então se endurecera ao longo inverno do tradicionalismo. Incitavam os homens a revoltar-se contra os antigos regimes de injustiça e contra as velhas estruturas da imoralidade. Quando as autoridades se opunham, esse povo extraordinário, embriagado pelo vinho da graça de Deus, prosseguia na proclamação do Evangelho até convencer a própria gente da casa de César, até que os carcereiros atirassem fora as chaves, até que os reis vacilassem nos seus tronos. T. R. Glover escreveu que os primeiros cristãos “ultrapassaram no pensamento, na vida e na morte” (The Jesus of Hystory, 1917), qualquer outra pessoa.
Onde existe atualmente um tal fervor? Onde haverá hoje essa entrega audaz e revolucionária à causa de Cristo? Estará oculta atrás de cortinas de fumo ou dos altares? Estará enterrada no túmulo a que chamamos respeitabilidade? Estará inextricavelmente ligada a um inaudito statu quo, ou prisioneira nas celas rígidas dos hábitos e das regras? Temos de despertar de novo essa devoção; temos de entronizar Cristo outra vez nas nossas vidas.
Esta será a nossa melhor defesa contra o Comunismo. A guerra não é solução; nunca o Comunismo será destruí do por bombas atômicas ou armas nucleares. Não nos aliemos aos que reclamam a guerra e procuram, com desenfreada paixão, forçar os Estados Unidos a abandonarem as Nações Unidas. Vivemos numa época em que os cristãos têm de demonstrar uma sensatez prudente e um raciocínio calmo. Não devemos apelidar de comunista ou de pacifista todo aquele que reconhece não serem o histerismo e o ódio a resolução para os problemas dos nossos dias. Não nos empenhemos num anticomunismo negativo, e procuremos antes afirmar uma confiança positiva na democracia, compreendendo que a nossa maior defesa contra o Comunismo será a de tomar uma ofensiva entusiástica a favor da justiça e do direito. Depois de bem expressa a condenação da filosofia comunista, devemos empreender ainda uma ação positiva, tentando remover as condições da pobreza, da insegurança, da injustiça e da descriminação racial, que são o terreno propício para o crescimento e desenvolvimento da semente do Comunismo; esta só medra quando as portas das oportunidades se fecham, ou as aspirações humanas são abafadas. Como os primeiros cristãos, temos de caminhar, num mundo muita vez hostil, armados com o revolucionário evangelho de Jesus Cristo. Com ele, podemos desafiar audaciosamente o statu quo e as práticas injustas, abreviando o tempo em que:
“todo o vale seja entulhado
toda a montanha e colina sejam abaixadas
os cimos sejam aplainados
e as escarpas sejam niveladas
e então a glória de Deus manifestar-se-á”.
Isaías 40:4-5
A dificuldade da nossa resposta ao incitamento e a nossa sublime oportunidade será a de criarmos um autêntico mundo cristão que testemunhe o espírito de Cristo. Se aceitarmos o desafio com dedicação e valor, os sinos da História dobrarão pelo Comunismo e poderemos construir um mundo livre para a democracia e seguro para o povo de Cristo.


Via Missão Total

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Não Congregue Aqui! (Estou Farto!)




NÃO CONGREGUE AQUI! NÃO CONFUNDA APARÊNCIA COM ESSÊNCIA

Não somos uma igreja emergente,
somos uma Igreja tradicional.
Se não queres mudar de vida,
ter seus pecados confrontados,
seu caráter conformado a imagem de Jesus,
aqui não será o melhor lugar para você congregar.

AQUI NÃO TEM JESUS TATUADO, MAS JESUS CRUCIFICADO
Não servimos evangelho light ou cultural, teologia da prosperidade, e muito menos fanfarronada gospel. Aqui Jesus não está vestido de preto, surfando ou filosofando, aqui a santa ceia é servida com VINAGRE E CRUZ, é não é CRUZ DE ISOPOR.

|| CRUZ || SANTIDADE
|| CARÁTER ||FAMÍLIA || SERVIÇO

___________________________________________

1. Se você está procurando a próxima atração legal na cidade (Queremos crescer pelo crescimento de conversão, não pelo crescimento de transferência de freqüentadores de igreja).

2. Se você é um cristão e você não gosta da sua igreja atual (Você vai encontrar razões para não gostar desta igreja).

3. Se você tem um histórico ruim em igrejas de ser incorrigível e de causar problemas (Você não vai mudar aqui, você vai repetir o padrão).

4. Se você é um consumidor querendo “ir à igreja” 1x por semana para ter um bom show (Nós não somos um show dominical, nós somos uma comunidade de discípulos em uma missão).

5. Se você quer a religião (Esta igreja será construída no radical evangelho da graça).

6. Se você tem uma agenda (eu disse a vocês que somos – nossa visão, nossa missão, nossos valores – não nos curvaremos a sua agenda particular).

7. Se você é um lobo (Nós farejaremos você).

8. Se você acha que isso vai ser uma igreja linda que fica do mesmo tamanho, onde todo mundo sabe seu nome e você tem meu número de celular na discagem rápida e temos um piquenique junto a cada semana (Pela graça de Deus, queremos crescer).

9. Se você acha que isso vai ser fácil e suave (isto será duro e difícil, uma luta, uma batalha, uma missão desafiadora).

10. Se você quiser manter a sua confortável vida (Você deve perder sua vida).

Retirado do site http://vivoporti-igrejaemmovimento.blogspot.com/


Comentário do Comuna:

Assino todas as vias desse credo! Estou farto desses cristãos filósofos que não saem do mundo das idéias. Estou farto desses covardes com cara de leão e atitude de gatinhos. Estou farto desses idólatras que se prostram todos os dias em adoração ao deus da zona de conforto. Estou farto do comprometimento limitado à suave escala litúrgica. Estou farto de cristãos teoria. Estou farto de meninos fingindo que são homens. Estou farto!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Arte, Liberdade de Expressão e Deus.



Um dos meios mais significantes de expressão é a arte. E quando me refiro à arte, pretendo abarcar todo o leque de manifestações artísticas, desde as artes cênicas, passando pelas artes plásticas, pela música, literatura, etc.

Ao dotar o ser humano de sensibilidade artística, o Criador estava imprimindo nele um dos Seus traços mais marcantes. Deus é o Supremo Artista. Toda a Sua criação é uma grande obra de arte.

Em Efésios 2:10, o apóstolo Paulo diz que “somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. A palavra grega traduzida como “feitura” é poiema, que também poderia ser traduzida por “poema”. Que interessante: somos o poema de Deus. Somos uma expressão artística de Deus.

João Calvino, o grande reformador protestante do século XVI, defendia que a arte é um dom de Deus, e que deveria ser usada para glorificá-Lo. E mesmo quando a arte se rebaixa para tornar-se o instrumento de mero entretenimento para o povo, Calvino afirma que este tipo de prazer não lhe deveria ser negado. Quanto mais o homem se aprofunda nas “artes liberais” e investiga a natureza, mais se aproxima “dos segredos da divina sabedoria”.

Sobre isso, escreveu Bavinck (1854-1921):

“A arte também é um dom de Deus. Como o Senhor não é apenas verdade e santidade, mas também glória, e expande a beleza de Seu nome sobre todas as Suas obras, então é Ele, também, que, pelo Seu Espírito, equipa os artistas com sabedoria e entendimento e conhecimento em todo tipo de trabalhos manuais (Ex 31.3; 35.31). A arte é, portanto, em primeiro lugar, uma evidência da habilidade humana para criar. Essa habilidade é de caráter espiritual, e dá expressão aos seus profundos anseios, aos seus altos ideais, ao seu insaciável anseio pela harmonia. Além disso, a arte em todas as suas obras e formas projeta um mundo ideal diante de nós, no qual as discórdias de nossa existência na terra são substituídas por uma gratificante harmonia. Desta forma a beleza revela o que neste mundo caído tem sido obscurecido à sabedoria, mas está descoberto aos olhos do artista. E por pintar diante de nós um quadro de uma outra e mais elevada realidade, a arte é um conforto para nossa vida, e levanta nossa alma da consternação, e enche nosso coração de esperança e alegria.”

E quando falo de arte, não endosso a pretensa distinção entre arte cristã e arte pagã. Concordo com Hermisten Maia Pereira da Costa, que em seu belo texto intitulado “O Espírito Santo na Vida Intelectual e Artística” afirma: “A dicotomia entre “arte cristã” e a “arte pagã” tem contribuído para que os cristãos muitas vezes se distanciem das expressões artísticas, rotulando-as precipitadamente de pagã, sem o devido critério. Por outro lado, e isto é o mais grave, com o nome de arte cristã tem-se pretendido criar um suposto isolacionismo cultural que, na realidade tem sido, em geral, de baixíssima qualidade e, o pior: supostamente para a glória de Deus. Muitas vezes em nome de uma “arte cristã” estamos patrocinando uma “reserva de mercado”, onde a sensatez e o senso crítico não têm vez, visto que neste caso, o que conta é o sentimento, como que este, por si só estivesse acima de qualquer juízo de valor.” 

Michael S. Horton nos adverte com precisão: “Se vamos escrever literatura ‘cristã’ e criar obras de arte e música distintamente ‘cristãs’, deverá ser feito de modo tão plenamente persuasivo intelectualmente e artisticamente que os que não são cristãos ficarão impressionados por sua integridade – mesmo que eles discordem”. 

É o próprio Deus quem capacita pessoas a se expressarem através das artes. Lemos em Êxodo, que Deus escolheu dois homens, Bezalel e Aoliabe, enchendo-os de “habilidade, inteligência e conhecimento, em todo artifício, para inventar obras artísticas, para trabalhar em ouro, em prata e em bronze, em lavramento de pedras de engaste, em entalhadura de maneira, para trabalhar em toda obra fina (...) Encheu-os de habilidade, para fazerem toda obra de mestre, até a mais engenhosa, e a do bordador, em estofo azul, em púrpura, em carmesim e em linho fino, e a do tecelão; toda sorte de obra, e a elaborar desenhos”. Uau! Quanta inspiração Deus deve ter dado àqueles homens!

Porém, de nada adiantaria dar-lhes inspiração, se não lhes fosse dada a liberdade necessária para expressá-la.

Durante a Ditadura Militar, muitos artistas brasileiros foram exilados, porque suas obras eram consideradas subversivas. Um desses artistas foi Caetano Veloso, que amargou um período de exílio na Inglaterra. Alguns dos grandes compositores brasileiros tiveram que expressar sua indignação através de músicas com sentido subliminar. Chico Buarque, por exemplo, tinha suas músicas sistematicamente observadas. Uma de suas músicas com duplo sentido foi “Apesar de Você”:
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.

E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….


Naquele período tenebroso da nossa história, todas as publicações, livros, programas de TV e rádio, eram obrigados a passar pelo crivo de um grupo de censores. Os critérios eram subjetivos e iam desde os aspectos ideológicos e políticos, até os relacionados a costume. Os censores indicavam os trechos, e muitos casos, a obra toda que não poderia ser divulgada. Assim, algumas obras ficavam desfiguradas e sem sentido.

Muitos filmes produzidos naquela época nunca chegaram à telas. Políticos e pensadores foram encerrados atrás das grades. Artistas foram expulsos do País. Sem contar aqueles que simplesmente desapareceram, sem deixar vestígios.

Grande parte da nata intelectual e artística do Brasil ficou impedida de se expressar. Todos perdemos com isso.

A igreja cristã, juntamente com seus líderes, deve estimular a arte e a sua livre expressão.

Se houvesse algum tipo de censura religiosa nos tempos bíblicos, provavelmente muitos dos salmos teriam sido editados ou simplesmente descartados. E certamente não teríamos o livro do "Cântico dos cânticos", cujo conteúdo é extremamente erótico, mas nem por isso, deixa de ser espiritual.

Nenhum líder religioso tem o direito de promover qualquer tipo de censura. Em vez disso, deve oferecer aos fiéis instrumentos, para que saibam apreciar e ao mesmo tempo discernir a mensagem que o artista está tentando passar. E aqui vale a admoestação de Paulo, o apóstolo: Apreciar tudo, e reter o que for bom.


Via Hermes C. Fernandes

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Bruxas na Fogueira da nossa Hipocrisia.





"Olho para os nossos dias... Onde estão os profetas do Senhor? Onde estão aqueles dispostos a falar a verdade a qualquer preço? Onde estão aqueles dispostos a sacrificar a “carreira ministerial”, ou a “sujar” o currículo eclesiástico, ou mesmo a ser perseguido, ridicularizado, caluniado, ultrajado, desprezado? Existirá ainda algum profeta entre nós? Há quem possa em nosso meio dizer como Isaías “quem deu crédito a nossa pregação!” Carlos Moreira.

Por Marcello Comuna
Eu não tenho pacto com homens, com visões ou com esquemas. Também não me conformo à preguiça da minha carne em se acomodar ao status quo estabelecido, à sua enorme tendência em fugir do confronto, à sua ganância enrustida em busca de um bom salário como pastor ou como um burocrata. Estou determinado à pensar fora da caixa, talvez meu destino seja perder a cabeça em uma bandeja de prata, quem sabe? 

Faço minhas as palavras de Lutero, minha consciência está algemada a palavra de Deus. Então eu assumo o risco e estou disposto a pagar o preço. Que venham as pedradas!

As Escrituras me bastam! Seus ensinos são suficientes para me manter sadio na fé. Então, meu amado irmão, se minhas abordagem te chocam, me perdoe, mas esses são os meus valores. "Sou responsável pelo que falo, não pelo o que você entende".

Sistemas aprisionam as pessoas. Sistemas políticos, sistemas religiosos, todos eles. Alguns sistemas aprisionam com força bruta, outros com sutilezas na inserção de desejos, sentimentos e filosofias. Ditaduras civis e religiosas aprisionam corpos e mentes, sistemas capitalistas incitam o desejo por um consumo desenfreado. Chamam avareza e egoísmo de precaução monetária e acumulam riquezas. Justificam as guerras invocando a paz.

Em nome de Deus, em nome do progresso, em nome da paz, o homem mata, escraviza, manipula, aliena e estupra os sonhos dos menores e mais fracos.

Onde estão os profetas? Onde estão os poetas? Estou sufocado com essa nuvem densa de letargia, com essa atmosfera de adoração ao deus do hedonismo. 

O Estado rouba, ladrões teatrais se apresentam falsamente como representantes de Deus e roubam também. Eles são culpados por esses crimes. Porém, quando eu e você sentamos atrás da mesa com nossa covardia nas mãos nos tornamos seus cúmplices.

A verdade é que nos prostituímos por muito pouco. Nos vendemos por pequenos confortos que conseguimos comprar em dez vezes no cartão. Nos vendemos por uma casa própria, por uma estabilidade no emprego, por um título de líder na instituição eclesiástica, por uma promoção no trabalho. Nos escondemos em nossas tocas, em nossos mundinhos cheio de hipocrisias e contradições. Vez em quando, olhamos por cima do muro e lançamos nossas bombas de moralidade sobre uma sociedade decadente. Gritamos contra os gays! Gritamos contra o aborto! Gritamos contra os comunistas! Gritamos contra os capitalistas! Gritamos contra as bruxas! Gritamos contra tudo e todos que nos ameace o conforto. E declaramos: Somos defensores dos bons costumes! Que piada!

Amamos termos sido reconciliados com Deus através de Cristo, mas gritamos pena de morte para os psicopatas e pedófilos, como se houvesse respaldo bíblico pós Graça para alegar que nossos adultérios, vícios, cólera, inveja e egoísmo, fossem mais santos que assassinato e estupro. Parece que não entendemos que somos um monte de fezes dentro da mesma privada. Uns fedem mais e outros menos, mas nossa justiça continua sendo trapo de imundice para Deus. Os trapos gosmentos de um leproso.  

Acho brutal uma criança assassinada. Contudo, sei que tenho capacidade para ser igualmente brutal com quem tocar nos meus, inclusive se o assassino for um adolescente. Ou seja, somos a mesma coisa em estágios diferente, em condições sociais e psíquicas diferentes.

E no final, "quem ordena a execução não acende a fogueira".

Eu luto pelos valores do Reino de Cristo, O amo e amo seus mandamentos. E talvez seja por isso que meu estômago embrulha diante da hipocrisia e falso moralismo de uma burguesia indiferente ao caos, de uma igreja irrelevante preocupada somente em seu mundinho e sua cultura, que prega muito mais sobre moral, política, filosofia, do que sobre o amor. 

Mas eu ainda amo a igreja. Tenho que amar. Jesus a amou. Amo a comunhão sincera, amo a adoração espontânea, amo o servir humildemente, amo a luta dos irmãos em tornarem-se homens mais parecidos com o Mestre. E é por amar que me esforço para desconstruir costumes inúteis, doutrinas de homens que não se submetem a Bíblia, mas submetem a Bíblia aos seus achismos, distorcendo textos para corroborarem suas arrogâncias e vontades.

É por amar que escrevi esse texto, para que possamos tirar nossas máscaras de hipocrisias e lembrarmos o quanto podres e devedores nós somos. 

Somos uma sociedade de covardes prostitutas!

Creio na soberania do Criador sobre toda criatura e criação. Creio nas palavras de Jesus: As pedras clamarão!  

Já que não se levanta profetas em nossa cultura gospel, vamos ouvir Deus falar através da profetiza baiana Pitty. Veja como essa pedra clama contra nós!

"Livro" Anacrônico
Capítulo 2005, versículo 11.

Encaixotem os livres
Desinfectem os cantos
Estuprem as mulheres
Brutalizem os homens
Despedacem os fracos
Enfeitem a moda
Sodomizem as crianças
Escravizem os velhos
Fabriquem as armas
Destruam as casas
Façam render a guerra
Escolham os heróis
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?
Empurrem conselhos
Forneçam as drogas
Engulam a comida
Disfarcem bem a culpa
Protejam a igreja
Perdoem os pecados
Condenem os feitiços
Decidam quem vai morrer
Contaminem a escola
Violentem os virgens
Aprisionem os livros
Escrevam a história
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?
Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)
Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)
Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)
Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eu Sou A Mosca Que Pousou Na Sua Sopa!


E mandou o rei Zedequias soltá-lo; e o rei lhe perguntou em sua casa, em segredo: Há porventura alguma palavra do Senhor? E disse Jeremias: Há. E disse ainda: Na mão do rei de babilônia serás entregue”. Jr. 37:17.

                          Por Carlos Moreira
Não sei se você conhece o contexto desta passagem... O rei Zedequias estava cercado pelas tropas dos babilônicos. Ele havia sido traído pelos egípcios que bateram em retirada quando souberam que iriam enfrentar a Nabucodonosor.

No mesmo instante, o profeta Jeremias estava atolado em um poço fétido, com lama até o pescoço. Ele tinha sido colocado ali com autorização do próprio rei, acusado de traição e de desanimar o povo com “suas” palavras.

Mas houve um momento, antes da batalha final, que o rei Zedequias mandou tirar Jeremias daquele poço de agonia e solidão. Fico imaginando que ele provavelmente imaginou que um pouco de poço faria um “bem” enorme a Jeremias. Sim, quem não se quebrantaria diante de uma situação como aquela? Quem ousaria permanecer firme, falar a verdade, manter a coerência, a consciência, sustentar convicções, profetizar aquilo que o Senhor havia lhe ordenado? Provavelmente ninguém... Menos Jeremias.

O profeta foi arrastado até o palácio. Diante da opulência do lugar e da imponência do rei ele foi posto perfilado. Ali não estava mais um homem, apenas os trapos que dele restara. Jeremias estava exausto, faminto e mal cheiroso. O rei havia lhe chamado as escondidas. Imagino a cena... Com olhar sarcástico, ele perguntou ao profeta: “há alguma palavra do Senhor?”. E o homem de Deus respondeu: “Há. Na mão do rei de babilônia serás entregue”. E assim sucedeu.

O massacre dos Caldeus sobre Jerusalém foi algo sem precedentes. A cidade, após ser sitiada, acabou não mais resistindo e foi invadida. Seus muros foram queimados, o Templo destruído, os nobres assassinados. Por fim, o rei Zedequias assistiu a morte dos próprios filhos. Foram às últimas imagens registradas pelos seus olhos, que se tornaram cegos após serem vazados pelos seus adversários. Ele foi algemado a grilhões de bronze e levado como escravo para a babilônia.

Olho para os nossos dias... Onde estão os profetas do Senhor? Onde estão aqueles dispostos a falar a verdade a qualquer preço? Onde estão aqueles dispostos a sacrificar a “carreira ministerial”, ou a “sujar” o currículo eclesiástico, ou mesmo a ser perseguido, ridicularizado, caluniado, ultrajado, desprezado? Existirá ainda algum profeta entre nós? Há quem possa em nosso meio dizer como Isaías “quem deu crédito a nossa pregação!”.

Depois de 30 anos de caminhada com Deus pensei já ter assistido a todo tipo de barbaridade. Mas a cada dia sou surpreendido por uma atrocidade diferente e inusitada. Sobre isto bem escreveu Paulo aos Romanos: “não hã quem busque a Deus... não há quem faça o bem... não hã quem fale a verdade...”.

Eis aí os inimigos da Cruz de Cristo! Eles estão diante de nossos olhos! Quem ousará os repreender? Quem se levantará contra eles? São feiticeiros do sagrado, traficantes de um “evangelho” falsificado, intermediários do “divino”. Eles se auto-proclamam “apóstolos”, “evangelistas”, “missionários”, “patriarcas”, “bispos”, mas na verdade são sinagoga de satanás, vendilhões de uma religião oca e vazia, de liturgias dessignificadas, de ritos de ocasião, da fé commoditizada, comercializada como produto de supermercado. Mas um dia eles haverão de se encontrar com o Senhor de toda a Terra, estarão diante do Leão da Tribo de Judá, não mais do Cordeiro de Deus.

Você deve estar se perguntando: “quem és tu para afirmar estas coisas?”. Eu sou um profeta do Deus altíssimo! Não me constituí a mim mesmo, fui chamado com este propósito! Eu ando na contra-mão, no contra-fluxo, na subversão do Reino de Deus, na loucura da Palavra da Cruz, na insanidade do Evangelho de Jesus Cristo. Eu fui chamado para pregar aquilo que não se quer ouvir, para proclamar aquilo que incomoda. Eu meto o dedo na ferida, faço a alma virar ao avesso, à consciência arder, o coração se compungir. Sim, o Espírito do Senhor está sobre mim e ele me ungiu para pregar o “dia da vingança do nosso Deus”!  

Você talvez não suporte o que escrevo porque eu digo a verdade. Eu não vivo de aparência, de subterfúgios, de disfarces. Eu não ando de máscaras, não sou “politicamente correto”, não tenho “rabo preso”, não sou devedor de homens. “Eu sou a mosca que pousou na sua sopa!”, eu estou aqui para falar e não há quem possa me calar. Ouça o que eu digo, escute o que eu prego e você verá o que Deus fará na sua vida! Mas tenha cuidado, pois eu sou “perigoso”. Se você me “engolir” poderá morrer de “indigestão”, pois a Palavra que foi colocada na minha boca tanto sara como fere, tanto faz viver como pode matar.

"Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam.". Jack Kerouac

Eu escrevo este artigo para você que perdeu o temor de Deus, que tem negligenciado o zelo com as coisas de Deus, que se esqueceu da coerência necessária com a Mensagem de Deus. Escrevo para você que cauterizou a sua consciência, endureceu o seu coração, exilou de si mesmo a sua alma. Sim, ainda há tempo para o arrependimento! Arrepende-te, pois, antes que Ele venha e “mova o teu candeeiro”. Não torne vã a graça, nem desprezes a misericórdia, “pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal”. Ec. 12:14

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pane No Sistema - Desconfigurado por Cristo.




Por Marcello Comuna
Eu era cego pensando que enxergava alguma coisa. Eu era escravo pensando que era livre. 

Buscando libertação de mim mesmo, um sistema se apresentou como alforria afirmando que todo seu funcionamento estava em acordo com os mandamentos do Supremo, e isso incluíam seus dogmas, doutrinas, costumes, subcultura e cosmovisão.
 
Ferido, debilitado e com minha razão comprometida após anos de vida in babylon, fui levado como cordeiro mudo pensando que estava indo ao encontro do Divino. Caí na armadilha que sempre alertei nos meus tempos de militância com o microfone na mão – a alienação.
 
Alienado e encantado com promessas de seus representantes que insistiam em afirmar: Não duvide! Não pense! Apenas obedeça porque obedecer é melhor do que sacrificar (sic). Comecei a ser adestrado, robotizado, programado e ensaiado a responder questionamentos com chavões, jargões e distorções.


Fui do meu hedonismo (busca por prazer) babilônico para o hedonismo desse sistema. Uma busca constante por experiências metafisicas e realizações materiais através de patuás que eles chamam de ponto de contato da fé. O Nome que está sobre todo nome é pronunciado em vão, com o único intento de proporcionar mais satisfação. Esse sistema é lobo em pele de ovelha. Esse sistema se apresenta como Deus, mas não é! Esse sistema é Treva e se chama religião!

A doutrina desse sistema afirma que viver uma vida correta é viver uma vida separada das outras pessoas que não estão dentro da caixa, e isso inclui toda cultura que não traga o seu rótulo ou o selo made in religion. O deus que eles adoram é limitado e condicionado aos seus pensamentos e tradições. Uma mistura dos antigos fariseus e essênios. Ignoram a visão que o Criador deu a Pedro, mostrando todas as coisas reconciliadas e purificadas com o céu através do sacrifício de Cristo. Atos 10. 10-16.

E lá estava eu, castrado e retardado, porém, alguma coisa dentro de mim dizia que havia algo de podre naquele “santificado” sistema. Então, como há muito tempo aconteceu com Martinho Lutero, um dos maiores abolicionistas da história, eu resolvi pesquisar as Sagradas Escrituras pela minha consciência e sincera vontade de encontrar a Verdade, longe do tendenciosismo dos recrutadores sistêmicos.

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.

Pane no sistema. Fui desconfigurado, foram retirados meus olhos de robô. Percebi que nada era orgânico naquele lugar, tudo era programado. E eu achando que tinha me libertado...

Quando comecei a dar indícios de percepção sobre do que realmente se tratava aquilo tudo tentaram me calar. Me excluíram das funções, me excluíram das redes sociais, me amaldiçoaram e me chamaram de filho do diabo. Assim como no passado fizeram com o Cristo, acusando O de subverter o status quo pelo poder do maior dos demônios.

Esses eram os indícios que eu estava no caminho certo, pois Aquele que sofreu primeiro do que eu, afirmou: Benditos serão quando por minha causa e do meu evangelho forem perseguidos!

Deus não rejeita um coração rendido aos seus pés. Por isso, mesmo dentro daquela alcateia fui poupado e resgatado pelo seu Espírito, o único que verdadeiramente convence o homem do pecado e do juízo. 

Somente Deus transforma, o sistema somente adestra.

Hoje sou livre do hedonismo babilônico e do hedonismo da religião. Caminho com meu libertador apaixonando-me dia após dia, sentando no divã do caminho estreito, onde me encontro e me olho no espelho. Onde sacio meu desejo pelo novo, porque o Verbo se renova todos os dias e é o perfeito antídoto para a obviedade do sistema.

Fui desconfigurado pelo Hacker dos hackers. Ele me infectou com o vírus da Graça. Não estou mais preso ao sistema. Meus olhos de robô caíram, agora enxergo com os olhos do Pai, já que sou Imago Dei.

Assim, consigo ver o quê o Mal está sempre tentando fazer - Reinstalar o Sistema.



Admirável Chip Novo

Pitty

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, morre, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor (2x)
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, morre, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor (2x)
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema.