SUBVERTA

Pesquise as verdades primitivas aqui.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

As 5 Expressões Mais Idiotas do "Evangeliquês".



5 – EXORTAR
Essa expressão é usada de modo equivocado em 100% das Igrejas. Segundo qualquer dicionário, exortar significa “animar, incentivar, estimular”. Logo, exortar o irmão que está em pecado na verdade não significa repreende-lo. Quem está vivendo no erro não precisa de um incentivo, mas de um auxílio.
4 – LEVITA
Essa morreu no Antigo Testamento. Os Levitas eram descendentes da Tribo de Levi, e eram encarregados de TODO O SERVIÇO no Templo. Mas Levita tem sido usado como sinônimo de músico. Besteira pura! Pra começar a música no serviço levítico era a menor das tarefas. A faxina, organização e carregar peso nas costas, isso sim era a parte mais importante do trabalho. Levando em conta que não somos judeus, não somos descendentes daquela tribo e também lembrando que o Templo não existe mais, então estamos dispensados do serviço levítico. Músico é músico. Ponto.

3 – PROFETA
Segundo a bíblia, profeta é aquele que revela a vontade de Deus ao povo. Simples assim. Porém tornou-se comum considerar que profeta é uma espécie de adivinho. Heresia pura! Considerando que TODA A REVELAÇÃO está em Cristo Jesus e que o conhecimento acerca desta revelação está contida nas escrituras, um profeta legítimo não deve adivinhar nada, mas proclamar de maneira compreensível as coisas que estão contidas na palavra de Deus. Por isso Paulo afirma que o dom de profetizar é o dom mais excelente. E se você ainda paga pau pra adivinhos, lembre-se que ADIVINHAÇÃO é pecado.

2 – UNÇÃO
Como dizem por aí, UNS SÃO, outros NÃO SÃO. Agora falando sério… a expressão unção virou clichê na boca de crente. É unção disso, unção daquilo… tudo sempre buscando atender ao interesse economico; ou garantindo o controle das massas sob o pretexto de que UNÇÃO É PODER. Pra começar no Novo Testamento a palavra unção só é usada no sentido de afirmar que Cristo está em nós. Logo, ter unção é ter Cristo. Em todos os outros contextos, há ensinos explícitos sobre o ato de “ungir” pessoas, que seria orar com óleo, pedindo a Deus por curas específicas. Há algum poder neste óleo? Não mesmo. Mas é bom lembrar que no contexto bíblico, óleo também era considerado remédio para muitas doenças.

1 – ATO PROFÉTICO
Essa é a campeã da lista de heresias. Se sua igreja usa essa expressão, então a teologia por aí tem sido profundamente contaminada com valores neopentecostais. Pra começar não existe a expressão “ato profético” na Bíblia. Essa expressão surgiu na verdade como uma tentativa de disfarçar o conceito de podemos fazer coisas que “movem a mão de Deus” na direção de nossos desejos. Ou seja, heresia pura.

Meu conselho é… cuidado com as expressões.
Por que as mínimas coisas podem revelar grandes besteiras.
Vão com Deus!

Ops! Como alguém poderia ir “sem Deus”, se Deus é onipresente e está em todos lugares mesmo antes de eu pensar em me mover?

Fonte: Ariovaldo Jr. (o outro)(?!?!)


Vi no Cristão Confuso

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Leve Pessoas a Cristo, Não a Religião!



Por Marcello Comuna
Quando comecei a caminhar o caminho da salvação e consequentemente me relacionar com a subcultura evangélica, logo de cara me identifiquei com o trabalho de evangelismo. Compreendendo a importância dessa ordem dada por Jesus aos seus discípulos e consequentemente a mim, já que também me tornei discípulo, sempre tentei encontrar uma maneira relevante de exercer essa função designada pelo Mestre.

Como um calouro que observa tudo no campus da faculdade como novidade, assim era eu nos meus primeiros anos na subcultura cristã. Nesse esquadrinhar de comportamentos e resultados, cheguei a algumas conclusões e gostaria de compartilhar. Você tem todo o direito de discordar, mas essas são as minhas verdades nesse momento. Um fruto do meu observar. Se não gostar é só desconsiderar.

Conclui que a instituição igreja faz um esforço para converter pessoas não somente a Cristo, mas também a sua subcultura cristã. O entendimento por “dar frutos” para a maioria dos religiosos auto-intitulados cristãos se dá por um mudar de hábitos e praticas.

Diversas vezes escutei comentários maldosos sobre determinado músico que ao se declarar seguidor de Cristo, não abandonou a carreira secular para se enfiar no mundo gospel.

Não basta ter um caráter reto e um amor pelo Pai, é preciso satisfazer o padrão moral estabelecido pelos dogmas da subcultura cristã. Uma tentativa de castrar a liberdade do Espírito Santo em convencer as pessoas do pecado e do juízo.

É aquele velho pensamento medíocre da bolha (leia aqui). A proposta de evangelismo da igreja é retirar pessoas do seu habitat natural para “protegê-las” dentro de uma pseudo santa cultura evangélica, um reflexo do que diz John Piper: “Uma má teologia adoece o povo”.

Essa “má” teologia foi e é aplicada sobre o verso do salmista: “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Salmos 1:1

Ao passar pelo crivo da hermenêutica e exegese, logo perceberemos que o salmista não nos aconselha a um isolamento das pessoas que não professam a nossa fé, e sim, uma separação de pessoas maldosas, fofoqueiras e caluniadoras. Por acaso esses adjetivos não se enquadram as pessoas da igreja?

Quero acreditar que em muitos há uma sinceridade nessa falácia comportamental, mas com o passar dos anos tenho visto interesses inescrupulosos por trás dessa alienação cultural.

Assim como o governo sempre negou educação e cultura relevante a população para mantê-los burros e pacíficos, a liderança religiosa incentiva um distanciamento do relacionamento cultural com o mundo além das muralhas da subcultura gospel, pois assim, fica mais fácil alienar pessoas com enfermas teologias do medo e do terror.

É preciso ser muito ingênuo para acreditar que em pleno século XXI, com toda informação instantânea através da internet, com tantos cursos teológicos espalhados por aí, a liderança da igreja ainda considere que isolamento é proteção contra o pecado.  Passa amanhã!

A hora é agora e o lugar é aqui! Temos que espalhar a subversão da Graça, contagiar pessoas, confrontar com a sã doutrina os lobos que aprisionam o sal dentro saleiro.

Quando pensar em evangelismo, pense em divulgar não só o Evangelho da Salvação, mas também o Evangelho do Reino, o evangelho que nos ensina a servir pessoas antes de querer convertê-las a sua religião ou denominação.

Leve pessoas a Cristo, não a religião.

Limp Bizkit Na Fundição Progresso




Minha dieta musical na minha adolescência foi composta com muita pancada sonora desses caras! 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Uma Resposta de Zeca Baleiro à Teologia da Prosperidade.

Enquanto centenas de cantores "cristãos" negociam seus valores por dinheiro e fama calando-se diante das  diversas teologias heréticas que corroem o povo como a teologia da prosperidade, a profecia de Jesus se cumpre e as pedras clamam. 

Não ter luxo não me qualifica como calda de ninguém. 



Se não tem água Perrier, eu não vou me aperrear
Se tiver o que comer, não precisa caviar
Se faltar molho rose, no dendê vou me acabar
Se não tem Moet Chandon, cachaça vai apanhar

Esquece Ilhas Caiman, deposita em Paquetá
Se não posso um Cordon Bleu, cabidela e vatapá
Quem não tem Las Vegas, vai no bingo de Irajá
Quem não tem Beverly Hills, mora no BNH

Quem não pode, quem não pode
Nova York, vai de Madureira

Se não tem Empório Armani
Não importa vou na Creuza costureira do oitavo andar
Se não rola aquele almoço no Fasano
Vou na vila, vou comer a feijoada da Zilá

Só ponho Reebok no meu samba
Quando a sola do meu Bamba chegar ao fim.

domingo, 17 de julho de 2011

Liberdade Para Ser Criativo.

Por Marcello Comuna

Sou um cara extremamente grato ao Pai. Não sou grato só porque ele me abençoa, sim, também sou por isso, mas sou grato principalmente porque ele me fez livre.

Deus me libertou duas vezes. Primeiro ele me libertou de mim mesmo, quando eu andava totalmente refém do meu hedonismo, das minhas vontades, da minha falta de controle.
Depois ele me libertou da religião. Me libertou do cristianismo judaizante que me oprimiu durante dois anos com uma roupagem moderninha e cheio de gritinhos idiotas do tipo: Uhuu!
Que babaquice!

Deus me libertou dos mitos da religião. Deus me libertou do proselitismo doutrinário e intimidador que me angustiava e me gerava diversas crises, e consequentemente, recaídas no vômito.

Deus me deu um dom. Eu sou um artista. Amo e faço arte desde que me entendo por gente, principalmente música. Preciso mais de música do que de oxigênio. Sim, é verdade, o oxigênio é apenas um meio, a música é minha razão.

E por isso também sou grato a Deus. Por que ele me fez assim. O meu DNA é uma partitura.

Dias atrás eu caminhava pela rua retornando do trabalho, e como sempre, com meu mp4 no ouvindo. Naquele instante minha trilha sonora era o último álbum do Zeca Baleiro, e me lembro de ter um êxtase de alegria e glorificação a Deus por minha liberdade em Cristo.

Alegrei-me por lembrar que minha gaiola agora faz parte do meu passado. Lamentei por um segundo o tempo perdido, mas logo me regozijei por toda eternidade de liberdade que tenho pela frente. Por toda inspiração artística que ainda vou receber apreciando um artista verdadeiramente cristão ou não. Porque quem é livre na mente, na alma e no espírito, consegue ver Deus além de um rótulo. Porque se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.

Digo isso, porque nem todo aquele que muda de um caminho moralmente condenável para um caminho moralmente aceitável foi, obrigatoriamente, liberto por Cristo. Diversas sociedades e religiões também pregam valores morais admiráveis e muitos os seguem.

Passei anos debaixo de um jugo doutrinário, cheio de observâncias de regras e costumes. Não, eu não estava em uma igreja tradicional, pelo contrário, na igreja onde eu estava tinha até uma prancha de surf no púlpito. Eu descobri que o demônio da religiosidade tem muitas facetas. 

Nenhum homem está habilitado a dizer o que é aprazível ou não a Deus e nem criar dogmas e costumes segundo seus gostos e pontos de vista e imputar sobre o povo.

Nossa regra de fé são as prescrições bíblicas da Graça. Nada mais.

A alegria que me fez refletir e escrever esse texto também se deu pelo retorno da liberdade criativa. A religiosidade atrofiou o meu talento. A religiosidade coloca rédeas sobre a arte.

Com o tempo, percebi que minhas criações estavam limitadas ao formato gospel. E por fim, foi deixando de ser prazeroso criar, porque o assunto tinha se esgotado, porque a forma da religiosidade tinha castrado minha biodiversidade de expressar Deus.

Como escutei da minha amiga Célia, missionária urbana que trabalha com artes há treze anos: "A arte não tem que ter, necessariamente, um “para”; a arte é". Não são as palavras JESUS ou DEUS que glorificam suas divindades, mas o exercício do dom que SOMENTE ELES NOS DERAM.

Eu sou grato porque eu devia demais, devia quando vivia de acordo com os padrões da babilônia, depois quando passei a viver de acordo com os padrões da religião. Jesus fechou a conta e passou a régua!

Hoje sou livre e vivo somente de acordo com os padrões de Cristo.

Beijo grande no seu coração.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Minha Luta é Outra! Não Quero Prêmio, Quero Melhorias!




Oi,
Nesta segunda,o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai entregar o prêmio "Brasileiros de Valor 2011". O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.
Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra.
Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem "amigas da escola".

Amanda

Natal, 2 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald's, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.

Saudações,

Professora Amanda Gurgel


A professora Amanda Gurgel ficou famosa nacionalmente depois que um vídeo dela denunciando o descaso do governo com a educação foi parar no youtube. Amanda tem se tornado inspiração para a luta dos professores e de outros segmentos em todo Brasil. Até a vitória sempre!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Desvendando o Original - Longanimidade



Por Daniel Lago
Seguindo nosso estudo sobre os frutos do Espírito, abordaremos agora o quarto fruto: a longanimidade. Em grego, o termo para longanimidade é “makrothumia”, palavra relacionada à paciência e à temperança. Esse substantivo grego é comporto por duas palavras: “makros” e “thumos”. O primeiro termo, “makros”, traz a ideia de “longo” ou “distante”. A raiz de “makros” é “megas”, que pode significar “grande”, “maravilhoso” ou “elevado”. O segundo termo, “thumos”, significa “ira”, “furor”, “indignação” ou “cólera”. A raiz de “thumos” é “thuo”, que significa “respirar intensamente”, “sopro”, “fumaça”, e por implicação, “sacrificar”, “imolar” e “matar”. Dessa maneira, vemos que a palavra grega para “longanimidade” (makrothumia) se refere à pessoa que possui a virtude de ser “tardio em irar-se”, em demorar muito a chegar a irritar-se. Relaciona-se, portanto, a uma mansidão. 

Todavia, se analisamos a raiz da palavra “makrothumia”, vemos que ela também pode significar “grande sacrifício”. Isso porque se requer um grande esforço para buscar essa longanimidade que só pode ser concedida pelo Espírito Santo. Além disso, foi através do grande sacrifício de Cristo que tivemos acesso a esse dom, que não é muito praticado ou buscado atualmente. Hoje, em uma época em que o individualismo impera na sociedade contemporânea, valoriza-se, por exemplo, o dom de variedade de línguas, porque traz notoriedade e destaque para aqueles que o manifestam. A longanimidade, porém, não é muito valorizada como critério para descobrirmos se alguém está em comunhão com Deus.

Talvez seja por isso que ocorram tantos escândalos, pois pessoas que manifestam dons estão sendo vistas como santas, enquanto, na verdade, são os frutos que devem usados para saber se alguém está conectado ou não com Cristo (João 15.1-4).

Em hebraico, o termo usado para longanimidade é “orek”, palavra que está relacionada à ideia de “ser longo”, “ser eterno”. Ou seja, a longanimidade é um dom que evidencia que a paciência da pessoa é longa, e isso é um sinal de quem está em verdadeira comunhão com o Eterno, de quem está caminhando em direção à vida eterna. Veja o que está escrito em Gênesis 6.3 conforma a Nova Tradução na Linguagem de Hoje: “Não deixarei que os seres humanos vivam para sempre, pois são mortais”. Ou seja, o homem natural, que não conhece a Deus nem os dons do Senhor, nunca poderá viver eternamente, pois não conhece o dom que coloca o homem em contato direto com o que é eterno: a longanimidade.

A raiz de “‘orek” é “‘arak”, que significa “alongar”. Quando vivemos uma verdadeira comunhão com Deus, Ele prolonga nossa existência, pois aquele que crê no Senhor, ainda que morra, viverá (João 11.25). Jesus foi preparar um lugar onde teremos uma longa e próspera comunhão com ele, pois onde Cristo estiver estaremos eternamente com Ele (João 14.1-3). 

Outro termo relacionado a “’orek” é “rak”, que significa “tenro”, derivado de “rakak”, que significa “suavizar” ou “amolecer”, “fraco” (2 Samuel 3.39), “inexperiente” (1 Crônicas 29.1).

Paulo nos deixou bem claro como isso funciona quando disse: “Quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Coríntios 12.10). Aquele que recebe de Deus o dom da longanimidade (‘orek) descobre que a verdadeira vitória está em reconhecer que somos fracos (rakak) e inexperientes, pois assim abrimos margem para que Deus possa agir em nossas vidas e ensinar-nos o que é realmente bom, perfeito e agradável (Romanos 12.2).

Outra palavra derivada de “‘orek” é “‘arek”, significa “lento”. Foi por não conseguir ser lento em agir, mas decidir resolver rapidamente o problema de sua própria maneira, que Abraão engravidou Agar e Saul fez um sacrifício que não foi aceito por Deus (1 Samuel 13.13). A longanimidade (‘orek) não somente torna o homem lento (‘arek) em irar-se, mas também o torna capaz de ter fé suficiente para esperar a ação divina. 

A palavra “‘arukah” também é derivada de “‘orek” e significa “reparar”, no sentido de “prolongar a vida”. A longanimidade é capaz de reparar maldições e restaurar vidas. Foi através da longanimidade (‘orek) de Cristo, que suportou com mansidão todas as aflições que lhe sobrevieram, que obtivemos a salvação e foi restaurada (‘arukah) a comunhão de Deus com o homem. 

O termo “morek”, que significa “desmaiar”, também é derivado de “‘orek”. Qual é a relação entre longanimidade é “desmaiar”? O significado humano dessa relação está no fato de que a palavra hebraica para longanimidade (‘orek) se relaciona com o termo hebraico para o órgão reprodutor masculino (yarek), pois tem forma alongada. E o homem, quando é atingido em suas partes íntimas, corre o risco de desmaiar. Todavia, o significado espiritual é mais profundo. Quando o homem recebe de Deus o dom da longanimidade, ele aprende a buscar o Senhor e ter paciência e esperança suficientes para aguardar a resposta. Por isso, aquele que é longânimo acaba tendo um encontro com o Senhor, assim como os discípulos que esperaram diligentemente durante dez dias no cenáculo até que foram visitados por uma poderosa manifestação da glória divina. E quando o homem encontra com Deus, ele desfalece, pois não pode suportar o poder da presença divina. Percebam que João possuía essa esperança de ter um encontro tremendo com Deus, de modo que o conheceria não em sua forma esvaziada (Filipenses 2.6-7), mas assim como Ele é, na plenitude de sua glória. Veja como João manifesta sua longanimidade em 1 João 3.2-3:

 “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro”. Em virtude de sua longanimidade, João estava esperando encontrar com Jesus e conhecê-lo como ele é de verdade. João perseverou tanto em sua longanimidade que ele acabou encontrando com o Senhor (Apocalipse 1.10-18). O que aconteceu com João quando preservou sua longanimidade (‘orek) e teve um encontro poderoso com o Senhor? Ele desmaiou (morek). Quem tiver longanimidade vai acabar encontrando com Deus assim como o Senhor é, e acabará desmaiando diante da glória do Eterno. Mas Deus o levantará pelas mãos e revelará mistérios que estão em oculto que não conhecemos (Mateus 6.6). 

Por fim, temos a palavra “rechov”, também relacionada a “‘orek”, que significa “abrir” ou “rua”. Através da obra redentora de Cristo, que com longanimidade foi fiel até a morte, e morte de cruz, Jesus abriu um caminho (rechov) entre o céu e a terra. Ele mesmo é esse caminho (João 14.6), e quem recebe de Deus o dom da longanimidade (‘orek), acaba conhecendo essa rua (rechov) que segue em direção à eternidade.

Busque o dom da longanimidade, pois assim você compreenderá, através de Jesus Cristo, o que é ter uma vida longa e eterna na presença do Altíssimo.

Daniel Lago é jornalista e doutorando em Linguística na Universidade Federal Fluminense (UFF). É também professor universitário, tradutor e diretor do programa e ministério Desvendando o Original, gente finíssima e meu professor no bacharelado de teologia na Wittenberg.

Abraços fraternos do Comuna.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um golpe no Capitalismo Selvagem e na sua irmã siamesa: A Teologia da Prosperidade




Por Hermes C. Fernandes


“Pois eu, o Senhor, amo a justiça; odeio o roubo e a iniqüidade.” ISAÍAS 61:8A


“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.” Paulo Freire


Há um grave mal-entendido sendo difundido entre os cristãos contemporâneos. Aconcentração de riquezas jamais foi sinal de bênção e aprovação divinas. Pelo contrário, é um sinal claro da injustiça prevalecente no mundo. Deus jamais aprovou tal modelo. Pelo contrário, Sua Palavra o denuncia freqüentemente, conclamando os homens à prática da justiça.

“A vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias. E esperou que exercessem justiça, mas viu opressão; retidão, mas ouviu clamor. Ai dos que ajuntam casa a casa, e reúnem herdade a herdade, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores da terra (...). Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal, que fazem da escuridade luz, e da luz escuridade, que põem o amargo por doce, e o doce por amargo”. ISAÍAS 5:7-8,20

Nesta passagem encontramos uma dura advertência aos que almejam acumular riquezas, e que para justificar seu monopólio, subvertem valores. Chamam “certo”, o que Deus diz ser “errado”.

Em uma sociedade capitalista, em que o capital tem supremacia sobre o trabalho, enriquecer às custas do trabalho alheio é visto como um sinal de esperteza, de sagacidade, de inteligência.

Infelizmente, assistimos à igreja sucumbindo a este espírito. Pastores bradam de seus púlpitos que o crente deve almejar ser patrão, em vez de conformar-se em ser empregado. Deve ser “cabeça” em vez de “calda”. O problema não está em motivar as pessoas a melhorarem sua condição econômica. Não há nada de errado em querer ascender socialmente. O problema é quando esta ascensão é desejada apenas peloglamour, pela vaidade, desprezando a responsabilidade social que ela demanda.

Ao estimular seu povo a ascender socialmente, o pregador deveria focar as oportunidades de trabalho que um empregador poderia criar, diminuindo assim o alto índice de desemprego, e conseqüentemente, a criminalidade. Mas em vez disso, enfatiza-se apenas o conforto material e social que tal ascensão poderá promover a ele e à sua família.

Testemunhos são colhidos de pessoas que usam suas conquistas materiais, como a aquisição de um carro luxuoso, ou uma cobertura de frente para a praia, como aferidor de sua fé. Ainda não vi um pastor perguntando a tais empresários emergentes, quantos foram beneficiados através de sua prosperidade.

A advertência profética diz que Deus esperava que Seu povo exercesse justiça, mas viu opressão, retidão, mas ouviu clamor. Este é o tipo de clamor que Deus jamais gostaria de ouvir.

De quem seria este clamor? Daqueles que são explorados por quem almeja concentrar riquezas. Por isso Deus adverte o Seu povo:


“Não explorarás o assalariado pobre e necessitado, seja ele teu irmão, seja ele estrangeiro que mora na tua terra e nas tuas cidades. No mesmo dia lhe pagarás o seu salário, para que o sol não se ponha sobre a dívida, pois ele é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado”.DEUTERONÔMIO 24:14-15

A expressão “Ai” encontrada em algumas advertências divinas, tem como propósito ressaltar a seriedade e o rigor com que Deus trata certas injustiças.

“Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem paga, e não lhe dá o salário do seu trabalho”. Jeremias 22:13

Deus está sempre atento ao clamor dos injustiçados! Embora seja um clamor que Ele preferia jamais ouvir.

Tiago denuncia: “Vede! O salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, e que por vós foi retido com fraude, está clamando. Os clamores dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor Todo-poderoso” (Tg.5:4).

Entretanto, Deus se recusa a ouvir o clamor dos exploradores; daqueles que trabalham com o único intuito de concentrar bens, e que para isso, não hesitam explorar seu semelhante:

“A vós que aborreceis o bem, e amais o mal, que arrancais a pele de cima deles, e a sua carne de cima dos seus ossos, que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela, e como carne do meio do caldeirão. ENTÃO CLAMARÃO AO SENHOR, MAS ELE NÃO OS OUVIRÁ, antes esconderá deles a sua face naquele tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras.” MIQUÉIAS 3:2-4

Os ricos deste mundo precisam acordar para o fato de que todas as nossas obras são sementes, que mais cedo ou mais tarde, resultarão em colheitas. Oséias os denuncia, dizendo que “eles semeiam ventos, e colhem tormentas” (Oséias 8:7a). Toda a injustiça praticada pelas elites brasileiras, tem resultado numa escalada da violência sem precedentes na História deste país. Os mesmos que se negam a pagar um salário justo a seus empregados são obrigados a gastar fortunas em segurança, blindando seus carros, colocando sistemas de alarme caríssimos em suas residências, e contratando equipes de vigilância.

Deus está exercendo juízo sobre essa elite indiferente, que enriquece às custas da injustiça feita ao trabalhador:

“Chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o trabalhador, e pervertem o direito da viúva, e do órfão, e do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos.” MALAQUIAS 3:5

O Reino de Deus está sempre na contramão do sistema deste mundo. Por isso, podemos afirmar que a mensagem do Reino é a mais subversiva jamais pregada.

Por que há tão poucos em posse de tantas riquezas, enquanto grande parte da humanidade vive abaixo da linha da pobreza? Como poderíamos reverter isso? Através da pregação do Reino de Deus.

Mas não devemos nos ater a pregar a mensagem. Precisamos encarná-la, trazê-la da teoria para a prática. Em outras palavras, precisamos semear justiça, onde até hoje só se semeou opressão e exploração.

“Semeai para vós em justiça, ceifai o fruto do constante amor, e lavrai o campo de lavoura, porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós.” OSÉIAS 10:12

Veja que semear em justiça é sinônimo de buscar ao Senhor. Ainda que as mudanças não ocorram com a rapidez que desejamos, não podemos nos cansar de fazer o bem, até que “chova a justiça”. Aqui vale a admoestação apostólica: “Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer. Tudo que o homem semear, isso também ceifará (...). E não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”(Gl.6:7,9-10).

E o escritor de Hebreus complementa: “Não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir com outros, pois com tais sacrifícios Deus se agrada” (Hb.13:16).

Cada vez que praticamos o bem, e repartimos com alguém aquilo que o Senhor nos deu, estamos semeando no Reino de Deus. Em breve, a chuva virá, e toda a Terra será renovada.


“Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a retidão e o louvor perante todas as nações.” ISAÍAS 61:11

Tudo o que Deus nos concede é com o fim de abençoar aos que nos cercam. Não temos o direito de concentrar nada em nossas mãos.