SUBVERTA

Pesquise as verdades primitivas aqui.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Religioso Pós Moderno Escuta Rock n' Roll





Por Marcello Vieira
Na minha compreensão a religiosidade é um demônio. Foi por causa da cegueira religiosa que os zelosos fariseus não conseguiram enxergar Deus em Jesus. 

Há seis anos, quando comecei minha caminhada na fé, inevitavelmente dei alguns passos dentro do infernal caminho da religiosidade. Por causa desse demônio, não conseguia carregar o peso leve que Jesus tinha reservado para mim, pelo contrário, me deram um fardo pesado e uma lente terrivelmente suja para enxergar a vida.

Pronto! Você está apto para caminhar no cristianismo Marcello! 

Queimou todos seus cds seculares, mudou toda a decoração revolucionária do seu quarto (a foto do Che Guevara era um portal dimensional para os demônios entrarem na minha vida), parou de cheirar a raspa da unha do capeta (cocaína) e de beber o xixi do satanás (cerveja)!

Oh Glória! Aleluia irmão! 

Nessa época eu já lia bastante a bíblia, mas não entendia nada direito. Era outra cultura, outro linguajar. Então, eu pedia para meu novos amigos me explicarem o quê eu não conseguia compreender, e era aí que eu era doutrinado religiosamente. Aos poucos fui sendo lobotomizado. Minhas preocupações com o social, com o pobre, com os órfãos como eu - e com as viúvas como minha mãe, foram perdendo lugar para ansiedade de ver anjos, subir montes, lutar com demônios em madrugadas inteiras de orações. Troquei minha literatura poética, filosófica e politica por Daniel Mastral, Rebeca Brown, Neuza Itioka, entre outros. 

Passei a ver demônios em todas as formas geométricas, abandonei toda manifestação artística que não tivesse o selo gospel de santidade. Fui transformado em nova criatura - nascia mais um religioso. Magoei gente amada que me tratou bem a vida toda por discordarem das minhas verdades. Lamento por saber que não poderei mais ser uma ponte entre elas e Deus.

Foi nessa época que descobri também que o religioso pós moderno não tem mais aquela aparência do inconsciente coletivo. Para a maioria das pessoas, o esteriótipo do religioso ainda é aquele perfil dos irmãos assembleianos. No inicio da minha conversão eu também pensava assim. Na verdade, eu não sabia direito o quê era uma pessoa religiosa. Na minha incauta compreensão da época, religiosidade se resumia a roupas e liturgia. Então, quando conheci uma igreja que tocava rock e reggae no louvor, que tinha uma prancha no altar como púlpito e que incentivava os esportes radicais, eu pensei: Estou no céu! 

Ledo engano!

Sei que houve um proposito especifico do Pai para me levar a passar dois anos servindo naquele lugar. Pude conhecer de perto essa artimanha demoníaca em alienar pessoas com uma roupagem moderna. 

Infelizmente, nas minhas andanças por aí, percebo que esse demônio continua a confundir muitos irmãos. A cada dia me deparo com mais fariseus tatuados, fãs de rock n' roll, skatistas, surfitas, lutadores de jiu-jitsu, entre outros. Existem até mesmo religiosos frequentadores de raves gospel.

Triste é vê-los em suas ignorâncias condenando os religiosos tradicionais sem perceber que são idênticos em suas essências. 

A cada dia surge um novo movimento underground cristão auto intitulando-se anti religião. Porém, basta dar uma olhada mais aprofundada para perceber que trata-se apenas de vinho velho em odre novo. Fiquei frustrado essa semana ao ver um vídeo de um proeminente movimento cristão que tem como slogan a mudança de mente. Fiquei triste ao constatar que trata-se apenas de mais um homem cego gritando contra o próprio espelho.

Nossa submissão dever ser somente aos ensinos do nosso Mestre. Toda religiosidade humana que tenta alienar o ser humano dentro de uma cultura exclusivista deve ser rejeitada. 

Fiquemos atentos!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Deus é de Esquerda ou de Direita?


Por Hermes C. Fernandes


Definitivamente, não existem ideologias perfeitas. Todas têm suas virtudes e vicissitudes. Cada qual tem seu altar e seu sacrifício. O comunismo, por exemplo, sacrifica a liberdade de seus cidadãos no altar da justiça social. O capitalismo faz o inverso, sacrifica a justiça social no altar da liberdade.

Ora, se não há ideologias perfeitas, o que nos dá o direito de sacralizá-las? Não podemos diluir a mensagem do Evangelho, transformando-o num discurso ideológico. Ainda que cada uma delas tenha um ponto ou mais que coincidam com a proposta do Evangelho. Diluir uma gota de Evangelho num balde de ideologia acaba por corromper completamente seu conteúdo e subversividade originais.

Deus não é de esquerda, nem de direita. Se o Evangelho promove a justiça social, também não prescinde da liberdade individual.

Quando sacralizamos uma ideologia, geralmente, demonizamos as demais. Foi o que aconteceu com o comunismo a partir do golpe militar em 1964. Pregadores fizeram vista grossa às atrocidades cometidas pelo governo militar, enquanto identificavam o comunismo com o próprio diabo. Houve quem enxergasse um viés político-ideológico até na passagem em que Jesus descreve o juízo final, quando a humanidade será dividida em dois grupos. Os da esquerda, destinados à condenação, seriam os comunistas, enquanto que os da direita, destinados à vida eterna, seriam as nações que adotassem a ideologia importada dos EUA, a saber, o capitalismo. Igualmente, dos dois ladrões crucificados com Jesus, somente o da direita foi salvo.

Qualquer pregador que ousasse questionar a ditadura militar, corria o risco de ser preso, acusado de subversão. Há quem diga que muitos desapareceram...

Não devemos nutrir uma visão romântica de nenhuma ideologia. Em nome de todas elas, atrocidades foram cometidas.

Vamos focar as duas principais ideologias vigentes neste novo século, a saber, o comunismo (que resiste bravamente na China e em Cuba), e o capitalismo.

O comunismo, em sua essência, defende que os bens de uma sociedade deveriam ser partilhados igualmente entre todos os seus cidadãos. Isso parece coincidir com a proposta do Evangelho. Eu disse, parece. Teria o Estado o direito de apropriar-se de bens privados?

Temos um exemplo disso na Bíblia, quando um rei malévolo desejou acampar a vinha de um cidadão de Israel. Acabe conspirou contra Nabote, a fim de tomar-lhe a propriedade. É óbvio que Deus jamais apoiaria tal atitude. O mandamento que diz que não devemos cobiçar o bem alheio, bem como o mandamento que nos proíbe o roubo, são uma indicação de que a vontade de Deus é que a propriedade privada seja respeitada. Também encontramos nas Escrituras leis que regulam a hereditariedade de bens (Pv.13:22).

Entretanto a Bíblia incentiva a partilha de bens, desde que seja voluntária, fruto de uma consciência grata e generosa. Foi isso que aconteceu na igreja primitiva. O que vemos ali está longe de ser uma amostra grátis do que seria uma sociedade comunista. Em vez disso, trata-se de uma demonstração de como funciona uma sociedade erigida ao redor do Trono da Graça. Trata-se, portanto, de reinismo, em vez de comunismo. A partilha jamais foi compulsória, mas provinha do fato de todos terem um só coração (At.4:32). Não havia imposição por parte dos apóstolos. Tudo era voluntário. Portanto, diferente do que propõe regimes comunistas, a partilha dos bens deve ser voluntária, tanto quanto o celibato, equivocadamente exigido pelo Vaticano aos seus sacerdotes.

Chamamos “reinismo” a ideologia que deve reger a sociedade construída a partir de uma cosmovisão do reino de Deus. Reinismo, portanto, deveria ser o modus vivendis de toda comunidade legitimamente cristã.

De acordo com Paulo, o cidadão do Reino deve trabalhar, “fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Ef. 4:28). Bem diferente da proposta do capitalismo que é fazer do trabalho um meio para adquirir e concentrar bens, no reinismo somos instados a trabalhar para ter o que repartir. Assim como o comunismo, o reinismo também valoriza o trabalho muito mais que o capital. Porém, cada qual deve desfrutar do resultado de seu próprio trabalho, e não usufruir ociosamente do trabalha alheio. Somente aqueles que estiverem impossibilitados de trabalhar, ou que houver sido vítimas de alguma injustiça, devem desfrutar da partilha comunitária. “Se alguém não quiser trabalhar, que também não coma”, sentencia Paulo (2 Ts.3:10-12).

Um Estado regido pela ideologia comunista tende a ser totalitário, intrometendo-se em questões que deveriam ser mantidas na esfera privada.

Qual seria o papel do Estado de acordo com a Bíblia?

“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal. Pelo que é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência. Por esta razão também pagais tributo; porque são ministros de Deus, para atenderem a isso mesmo.” Romanos 13:1-6

De acordo com este texto, o Estado recebeu de Deus autoridade para punir os malfeitores, ao mesmo tempo em que incentiva toda e qualquer boa iniciativa. Leis civis são implementadas para regulamentar a vida social. Quando estas leis são transgredidas, o Estado tem o direito de punir os transgressores. Mas não pára aí. O Estado também tem a obrigação de “louvar” quem faz o bem, o que pode ser interpretado como incentivar qualquer iniciativa que vise o bem comum. Isso pode incluir incentivos fiscais, como aqueles dados à cultura. Se o Estado extrapola sua esfera de atuação, seus cidadãos têm o direito de resisti-lo, denunciando-o e buscando sua reforma. O Estado deve servir como um facilitador de boas obras, oferecendo à sua população meios para tal. Desde infraestrutura para escoamento da produção, passando por incentivos fiscais, segurança, educação, saúde, saneamento básico, etc.

Já no Liberalismo/capitalismo, valoriza-se o capital em detrimento do trabalho. O consumo é incentivado a todo custo, a fim de manter a máquina a pleno vapor. Trata-se, portanto, de um sistema retroalimentado. O consumo estimula a produção, que por sua vez, promove a abertura de postos de trabalho. Segundo seus defensores, o resultado desta equação é a prosperidade da sociedade como um todo. Tudo parece muito bonito, até que nos deparamos com as palavras de Jesus: “Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui.” (Lc. 12:15).

Como, então, poderíamos endossar o espírito consumista que justifica a ideologia capitalista? Um sistema erigido sobre esta ideologia só poderia está fadado a ruir.

No capitalismo a concentração de renda também é valorizada, em franca dissonância com os princípios da Palavra de Deus.

“Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra!”
Isaías 5:8

A justiça do reino de Deus nos impele à distribuição de renda, e não à sua concentração. Cartéis, monopólios, oligarquias, são alguns dos efeitos colaterais deste sistema capaz de corromper os valores essenciais da vida em nome do ganho.
O capitalismo também promove a exploração do trabalhador.

Apesar do discurso afirmar que todos saem ganhando, não é isso que constatamos. Quem lucra, nunca se dá por satisfeito. Os detentores dos meios de produção, bem como os banqueiros e donos dos veículos de comunicação querem sempre mais, e mais, e mais.. E ao mesmo tempo, reduzir gastos, o que pode significar redução de salários, substituição de mão-de-obra humana por máquinas, etc. Investe-se em publicidade e lobby político, ao passo que reduz-se o gasto com aqueles que mantém a máquina, os empregados. Tudo em nome da eficiência e da otimização dos lucros. Não é à toa que grandes empresas de países ricos têm se mudado para países do terceiro mundo, por saberem que lá pagarão salários menores a seus empregados. O preço pago a médio e longo prazo será incalculável. E já começou a ser pago. Vide o altíssimo índice de desemprego nesses países.

Se por um lado o capitalismo promove competitividade, fazendo com que serviços e bens de consumo sejam aprimorados, por outro lado, atravancam o desenvolvimento. Dificilmente empresas petrolíferas apoiarão iniciativas que desenvolvam veículos movidos à água, por exemplo. A menos que descubram uma maneira de tirar proveito disso. Muita coisa já foi inventada, patenteada, porém, jamais chegou às mãos do consumidor, pois ameaçam produtos já consagrados. Eu mesmo conheci um professor universitário que já nos anos 80 havia desenvolvido um motor à água. Resultado: foi demitido e teve seu projeto abortado pela Universidade, que por sua vez recebeu uma enorme soma em doação da parte de certa empresa petrolífera. No sistema capitalista, tudo é movido pela ânsia do lucro.

Governos pautados nesta ideologia estão construindo sobre areia movediça. Bem fariam em dar ouvidos à advertência bíblica: “Ai daquele que edifica a sua casa com iniquidade, e os seus aposentos com injustiça; que se serve do trabalho do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário.” Jeremias 22:13

Tragicamente, esta ideologia demoníaca tem encontrado amparo no seio da igreja evangélica. A teologia da prosperidade é sua filha caçula. Sua mensagem, resultado da mistura de um gota de Evangelho com uma caixa d’água de discurso ideológico, tem sido responsável por tornar a igreja numa importante engrenagem do sistema, incentivando a alienação.

Todas as ideologias e seus respectivos sistemas estão fadados a desaparecer (1 Co.15:24-25; Hb.12:27-28). Por isso, perde tempo quem tenta conciliar a verdade do Evangelho com qualquer uma delas. Bom seria se déssemos ouvidos a Paulo, analisando tudo e retendo somente o que for bom. Nada de pacotes fechados!

Assim como não podemos sacralizar qualquer que seja a ideologia, também não podemos demonizá-la. Dos dois lados da trincheira ideológica há gente de bem, lutando pela justiça e pela verdade. Quem gosta de rotular os outros de maneira tendenciosa e preconceituosa está à serviço da discórdia, disseminando o ódio entre irmãos. Posso condenar uma linha de pensamento, mas isso não me dá o direito de sentenciar ou fomentar suspeitas sobre pessoas que pensem diferente de mim.

Cristãos que cerraram fileiras com a ala direita certamente o fizeram por identificarem naquela ideologia alguns elementos comuns ao Evangelho. O mesmo podemos falar dos que cerraram fileiras com a esquerda. Ambas as ideologias têm coisas em comum com a proposta do Evangelho, como também têm disparates que não podem ser ignorados. Há santos e pecadores de ambos os lados. Não sejamos tão severos... Nem tão ingênuos...

Em vez de lutarmos em nome de uma ou de outra, digladiando-nos uns com os outros, que tal lutarmos pela liberdade e pela justiça preconizadas na mensagem do Reino de Deus?

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sociedade Cristã X Mentalidade Cristã


Por Fabrício Cunha

Quando pequeno, lembro-me bem de um adesivo colado no vidro traseiro do Kadet preto de nossa família. Dizia o seguinte: “O Brasil é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso!” 

Orávamos por líderes evangélicos envolvidos em posições estratégicas na política de forma que nos beneficiassem pelo fato de estarem no poder. Nos beneficiassem não, beneficiassem a fé cristã evangélica e os seus propósitos. 

Lembro-me perfeitamente de orarmos contra a eleição de um presidente de esquerda e, depois, contra a do seu alternativo, o de direita, por ter-se declarado ateu. Cheguei a ir em reuniões onde dois candidatos evangélicos, um ao estado e outro à federação, faziam campanha para um conhecido ex-político acusado de vários crimes de corrupção pelo fato de que estavam lendo a Bíblia com ele. 

Enfim... Desde a época da formação do povo de Israel ou, de forma mais patente, da época de Jesus Cristo, nossa expectativa e propósitos se baseiam mais na formação de uma sociedade cristã do que de uma mentalidade cristã para a sociedade como um todo. 

Quem quer formar uma sociedade cristã, tem um projeto de poder. Queremos conquistar espaços estratégicos e pessoas estratégicas de forma que, ocupando tais posições, tenhamos os nossos interesses garantidos. Já vi, por exemplo, chefes evangélicos promoverem um funcionário só pelo fato de compartilharem da mesma fé e não por mérito. E quem de nós nunca ouviu a afirmação política: irmão vota em irmão”?! Mesmo que tais interesses sejam a priori bons, vivemos numa sociedade múltipla, formada por todo tipo de gente que precisa ter seus direitos e liberdade resguardadas assim como nós mesmos queremos que nossos direitos e liberdade o sejam. Assim, um projeto de tomada de poder não parece ser a melhor expressão que o corpo de Cristo pode tomar aqui na terra. 

O projeto de Jesus de Nazaré, nada tem a ver com tomada de poder mas com a formação de uma nova mentalidade baseada numa outra cosmovisão, que têm o amor como fonte de motivação e propósito final. É por isso que em várias de suas palavras, Ele inverte as lógicas do pensamento corrente, propondo uma nova forma de ver, pensar e agir. Vemos isso, por exemplo, em todo Sermão do Monte onde os protagonistas são os fracos e irrelevantes; em sua conversa com a Samaritana, onde rompe todos os paradigmas sociais para declarar-se Messias a uma mulher; no “lava pés” ao quebrar a hierarquia e colocar-se de joelhos para servir aos discípulos; em Mt 25. 35 onde estabelece a solidariedade como caminho para a glória; em sua declaração messiânica em Lc 4. 18-19 onde, de tantos textos gloriosos sobre o Messias, escolhe um que enfatiza a sua identidade mais simples. 

O projeto de Jesus não é de poder. Aliás, Filipenses 2. 5-11 nos diz claramente que seu projeto é abrir mão do poder, em vistas do amor. E Paulo começa esse texto dizendo: “seja a atitude de vocês a mesma de Cristo.” 

Portanto, estamos comprometidos não em tomar a sociedade de assalto, implementando nela um projeto cristão “guela abaixo, mas em servir a sociedade, influenciando-a por meio de uma mentalidade que é contra-cultural tantas vezes, rejeitada outras tantas, mas que ganha legalidade não pelo poder que requer, mas pela humildade constrangedora e inspiradora de quem se ajoelha, toma a toalha e a bacia e lava os pés de toda gente, sem querer nada em troca. 

Assim, quando perguntados porque somos, pensamos e agimos dessa forma, teremos legitimidade e espaço de fato para “darmos a razão de nossa fé”. Então essa revolução de amor ganhará mais e mais proporção, fazendo do Brasil não o país do Senhor Jesus, mas um país onde se vê mais e mais a face de Cristo no meio do povo. 


terça-feira, 10 de abril de 2012

A Minha Alma está Armada e Apontada para a Cara do Sossego.


Por Marcello Vieira
Certa vez Charles Spurgeon sintetizou muito bem o quê é um cristão, ele disse: “Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor.” Uma frase radical como o evangelho.

O primeiro chamado de Jesus ao homem é a redenção. O segundo é a subversão.

Igreja e missão são sinônimos no projeto de Deus. Cristão e missionário são sinônimos nessa fase de implantação do Reino. No convite de Jesus está implícita a frase: Saia da sua zona de conforto! 
Afinal foi isso o quê ele fez. Abandonou o conforto da sua glória divina para se espremer dentro uma matéria humana.

Na verdade, Jesus foi o maior missionário de todos os tempos. E ele ordenou: Sejam meus imitadores!
E missão não é algo que a igreja tem que fazer. Missão é algo que a igreja tem que ser. Não há justificativa bíblica para institucionalizar uma igreja que não seja para transforma-la em uma agência missionária. Uma igreja que se institucionaliza e passa arrecadar dinheiro tem como dever moral patrocinar missões.

E o quê é missão?

Intervenção na história! Ação, comprometimento, sacrifícios de misericórdias.
Pregar o evangelho focando unicamente em patrulhamento moral é condensar o seu poder atômico de transformação sócio cultural. O arrependa-se não se limita aos pecados morais, mas também está em mudar as lentes, tirar o foco do umbigo. Ou seja, uma igreja bíblica é uma igreja missionária.

E quem é a igreja? 


Somos todos nós que declaramos Cristo como Senhor. 


E o quê que estamos fazendo?

Pouco! Muito pouco! Estamos acomodados nas poltronas das igrejas, estamos traçando o nosso plano de vida, estamos fundamentando o NOSSO REINO e, de quebra, usamos o nome de Deus como um patuá para nos abençoar.  Nos tornamos extremamente egoístas. Nos tornamos fariseus pós modernos, dando esmolas e apegados a uma religiosidade inútil. Uma igreja missionaria se compromete socialmente com as mazelas da sua localidade. Sem partidarismo, exercendo apenas o amor, exercendo apenas sua cidadania.

Até onde estamos indo por Jesus? Essa é uma pergunta comum quando se fala em missões, porém, eu pergunto diferente: O quê você não faria de jeito nenhum por Jesus?


Responda sinceramente essa pergunta e descubra onde está o seu coração. Descubra quem é o seu amor maior, descubra quem você idolatra em espírito e em verdade. É, seu sei. Jesus perde para o seu filho, seu cônjuge, sua carreira, seus sonhos...

A igreja não ama Jesus acima de todas as coisas, por isso, não consegue negar si mesmo e viver pelo outro. Por isso não consegue ser suficientemente relevante. E se ele não é o nosso amor maior, nunca sairemos da nossa zona de conforto, nunca seremos agentes transformadores do Reino, nunca seremos missionários, logo,  continuaremos sendo impostores! Impostores brigando pela defesa do evangelho. Somos patéticos.


Precisamos resolver isso com Ele!

Essa é a pergunta de nossas vidas.  Ao responde-la sinceramente, talvez descubramos que até hoje andamos mentindo para nós mesmos, e esse é o maior boicote que alguém pode fazer a si.

Então você pergunta: Como isso aconteceu? Eu mudei tanto! Eu parei com isso, eu parei com aquilo, ou então, eu nunca fiz isso, eu nunca fiz aquilo. A questão é que o evangelho não nos foi dado para fazer um patrulhamento moral, ele veio para restaurar à correta cosmovisão.
O problema é que você não aderiu o evangelho. Você aderiu ao movimento evangélico, e movimentos enganam, alienam e lobotomizam.

O movimento evangélico hoje no Brasil, infelizmente não tem mais nada haver com o Evangelho de Jesus. É um verdadeiro sepulcro caiado. Transparece uma paz, contudo, é uma paz inerte e muda perante o império da maldade. E paz sem voz não é paz, é medo.

Buscam desesperadamente paz para seus corações e seguem admitindo toda maldade do mundo sem rebelar-se, para assim, continuarem tentando ser felizes em suas zonas de conforto.

A institucionalidade da igreja trouxe conforto e proteção, porém, com o tempo, trouxeram dúvidas para quem as viu se transformarem em prisões. Para quem as viu se transformarem em masmorras que ferem muita gente boa de Deus.

O clamor final é: Arrependa-se igreja! Vamos resgatar a unidade, a relevância dos cristãos primitivos.

Vamos nos abraçar e fazer filhos na fé e não nos limitarmos às poltronas dos dias de domingo.

Que arda o seu coração! Que o seu espírito se rebele, assim como aconteceu com o espírito de Paulo ao ver a idolatria grega, ao ver o avanço do império da maldade. Que você seja um cristão em missão na sua realidade local. Que ricos e pobres, fortes e fracos, opressores e oprimidos, possam reconhecer Jesus em você. 

Que a sua alma esteja armada e apontada para a cara do sossego! Porque paz sem voz não é paz, é medo.



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Blues da Piedade



Amigos,

Andei passando por grandes turbulências nas 3 últimas semanas. Por conta disso, não tive tempo hábil para dar a devida atenção as minhas publicações. Contudo, o Senhor continua no controle desse caos organizado. Tenho feito a oração de David para aprender administrar o tempo. Trabalho, faculdade, família e voluntariado na implantação do Reino. Ufa! 
Estou às pressas preparando debates para um retiro nesse feriado, por conta disso, mais uma vez não tive tempo para publicar minhas reflexões. Mas vou deixar para vocês essa oração musicada que é uma manifestação da graça divina. Semana que vem tudo volta ao normal (assim eu espero!).




Abraços fraternos amigos!


Blues da Piedade.
Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem