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quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Religioso Pós Moderno Escuta Rock n' Roll





Por Marcello Vieira
Na minha compreensão a religiosidade é um demônio. Foi por causa da cegueira religiosa que os zelosos fariseus não conseguiram enxergar Deus em Jesus. 

Há seis anos, quando comecei minha caminhada na fé, inevitavelmente dei alguns passos dentro do infernal caminho da religiosidade. Por causa desse demônio, não conseguia carregar o peso leve que Jesus tinha reservado para mim, pelo contrário, me deram um fardo pesado e uma lente terrivelmente suja para enxergar a vida.

Pronto! Você está apto para caminhar no cristianismo Marcello! 

Queimou todos seus cds seculares, mudou toda a decoração revolucionária do seu quarto (a foto do Che Guevara era um portal dimensional para os demônios entrarem na minha vida), parou de cheirar a raspa da unha do capeta (cocaína) e de beber o xixi do satanás (cerveja)!

Oh Glória! Aleluia irmão! 

Nessa época eu já lia bastante a bíblia, mas não entendia nada direito. Era outra cultura, outro linguajar. Então, eu pedia para meu novos amigos me explicarem o quê eu não conseguia compreender, e era aí que eu era doutrinado religiosamente. Aos poucos fui sendo lobotomizado. Minhas preocupações com o social, com o pobre, com os órfãos como eu - e com as viúvas como minha mãe, foram perdendo lugar para ansiedade de ver anjos, subir montes, lutar com demônios em madrugadas inteiras de orações. Troquei minha literatura poética, filosófica e politica por Daniel Mastral, Rebeca Brown, Neuza Itioka, entre outros. 

Passei a ver demônios em todas as formas geométricas, abandonei toda manifestação artística que não tivesse o selo gospel de santidade. Fui transformado em nova criatura - nascia mais um religioso. Magoei gente amada que me tratou bem a vida toda por discordarem das minhas verdades. Lamento por saber que não poderei mais ser uma ponte entre elas e Deus.

Foi nessa época que descobri também que o religioso pós moderno não tem mais aquela aparência do inconsciente coletivo. Para a maioria das pessoas, o esteriótipo do religioso ainda é aquele perfil dos irmãos assembleianos. No inicio da minha conversão eu também pensava assim. Na verdade, eu não sabia direito o quê era uma pessoa religiosa. Na minha incauta compreensão da época, religiosidade se resumia a roupas e liturgia. Então, quando conheci uma igreja que tocava rock e reggae no louvor, que tinha uma prancha no altar como púlpito e que incentivava os esportes radicais, eu pensei: Estou no céu! 

Ledo engano!

Sei que houve um proposito especifico do Pai para me levar a passar dois anos servindo naquele lugar. Pude conhecer de perto essa artimanha demoníaca em alienar pessoas com uma roupagem moderna. 

Infelizmente, nas minhas andanças por aí, percebo que esse demônio continua a confundir muitos irmãos. A cada dia me deparo com mais fariseus tatuados, fãs de rock n' roll, skatistas, surfitas, lutadores de jiu-jitsu, entre outros. Existem até mesmo religiosos frequentadores de raves gospel.

Triste é vê-los em suas ignorâncias condenando os religiosos tradicionais sem perceber que são idênticos em suas essências. 

A cada dia surge um novo movimento underground cristão auto intitulando-se anti religião. Porém, basta dar uma olhada mais aprofundada para perceber que trata-se apenas de vinho velho em odre novo. Fiquei frustrado essa semana ao ver um vídeo de um proeminente movimento cristão que tem como slogan a mudança de mente. Fiquei triste ao constatar que trata-se apenas de mais um homem cego gritando contra o próprio espelho.

Nossa submissão dever ser somente aos ensinos do nosso Mestre. Toda religiosidade humana que tenta alienar o ser humano dentro de uma cultura exclusivista deve ser rejeitada. 

Fiquemos atentos!

Um comentário:

  1. Brother...muito bom... Essa sua historia e a de milhares de pessoas nesse universo que vc detalhou. Que tenhamos a coragem de sermos seguidores fiel daquele homem simples e intenso. !!!! Abraços. Depois da uma olhada no meu blog. www.julianofabricio.com

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