"E, quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João o Batista enviou-nos a perguntar-te: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
E, na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e males, e espíritos maus, e deu vista a muitos cegos.
Respondendo, então, Jesus, disse-lhes: Ide, e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho". Lucas 7:20-22
Por Marcello Vieira
O povo crerá por conta dos sinais (João 4.48). Quando se fala em sinais muitos pensam em cegos físicos sendo curados, paralíticos levantando - e andando, mortos ressuscitando. É verdade que esses sinais foram frequentes no ministério de Cristo e que ele nos deu poder para repeti-los através do Espírito Santo. Porém, os sinais não se limitam aos prodígios. Na verdade, encarando nosso contexto histórico e social, penso que as obras maiores que o Messias disse que faríamos estão além dessas maravilhas.
Em mundo com tanto caos, pobreza e injustiça, a igreja é desafiada a ter sua luz mais brilhante do que em qualquer outro momento da história. A igreja tem o desafio de salgar mais do que em qualquer outro tempo. Os moribundos estão por toda parte. Milhares de pessoas vitimizadas por um sistema corrupto não tem a oportunidade e nem os subsídios básicos para começarem a lutar com reais chances de vencer. As almas dos povos estão infectadas pela desesperança e pela humilhação social que lhe foram imputadas. Além do juízo vindouro, milhares de pessoas já padecem em um inferno social e psicológico. A alma do ser humano nunca foi tão maltratada - as doenças da psique crescem em grande escala. A corrupção e a afronta dos políticos elevam seus níveis de ousadia garantindo-se na impunidade da justiça e na letargia pacífica de um povo que não tem acesso a educação de qualidade. Um povo que é facilmente distraído com futebol e novela.
E dentro desse contexto estamos nós, a igreja de Jesus Cristo, aqueles que foram chamados para fora para trazer boas notícias. Fomos plantados por Deus no olho do furacão, temos em nossas mãos o verdadeiro remédio para toda essa miséria humana, temos a oportunidade de realizar as obras maiores que Jesus nos habilitou para fazer.
Nossos sinais devem ir além de indivíduos, o evangelho é coletivo. Observe que diante do questionamento de João Batista a respeito de sua divindade, Cristo entra em atividade física e começa a transformar a vida de quem está ao redor. Somente depois ele responde: "Contai a João o quê tem visto e ouvido: que os cegos enxergam, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados e o evangelho é anunciado aos pobres". Ele nem precisa auto afirmar que era o Messias, apenas manda que se relate os fatos - porque contra fatos não há argumentos.
A igreja precisa realizar os sinais. Muito mais do que pregadores realizando prodígios (suspeitos) na televisão, precisamos interferir na realidade da nossa comunidade. Olhar para fora e subverter o caos. A corrupção assola nossa pátria, os heróis morreram de overdose e se sujaram no esgoto da corrupção. Cabe a nós gritar por justiça, cabe a nós estender as mãos, cabe a nós trazer a visão aos cegos na alma, cabe a nós trazer o movimento as pernas daqueles que foram aleijados pelas circunstâncias, cabe a nós abrir os ouvidos dos que não ouvem, mas não com nossos berros de moralismo, mas com atitudes corroboradoras do amor que anunciamos.
Menos marcha para Je$u$, mais Marcha pelo Caminho, pela Verdade e pela Vida! Mostremos os sinais! Façamos as obras maiores transformando a realidade ao nosso redor com o poder do Evangelho.
Deus nos ajude!
Creio que, às vezes, a gente não consiga entender que o que Jesus quer é um pouco mais simples do que o que temos feito, banhados por tanta religiosidade através dos tempos.
ResponderExcluir