Porque nele vivemos, e nos movemos, e
existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua
geração.
Atos 17:28
Paulo no Areópago discursando para
os atenienses explanava esse fundamento da fé. No relato mais brilhante sobre
evangelismo descrito nos atos dos apóstolos, Paulo demonstra total conhecimento
sobre Graça Comum quando cita os poetas gregos para explicar a ação gestacional
do Criador: “Pois somos também sua geração”.
Povo gerado: A ação de gerar vida e
manter a existência. Como Senhor absoluto de todas as coisas, Deus preenche
todas as lacunas do espaço físico, sobrenatural e atemporal. Sua onipresença
não se limita a geografia, Ele é onipresente também no tempo. Davi cantava no
passado: “Se subo o mais alto monte ou se desço o mais profundo abismo, lá está
você”.
Não existe vácuo de Deus. Não
há existência fora dele. A plataforma de sustentação do universo está em suas
mãos. Foi isso que o Pai revelou a Pedro após a evasão dos ouvintes de Jesus. Quando
o Mestre pergunta: “Vocês também não vão?”. O pescador responde: “Para onde
iremos se só Tu tens as palavras de vida eterna?”. Tudo que pensamos e
realizamos nele fazemos. Nele acordamos e dormimos, subimos e descemos, paramos
e nos movimentamos: Nele existimos.
E Nele pecamos.
Eis a gravidade do pecado sobre toda espécie. Quando um
pecado é cometido, é cometido sobre, sob e em Deus. Moisés foi convidado a
retirar suas sandálias por estar entrando em solo santo. Nós estamos inseridos
em uma existência totalmente sagrada, porque quem permite a vida é o Sagrado. O
nosso pecado é como um balde de esgoto sobre o manto alvo do Criador. É por isso que Pedro conversando com Cristo
após o episódio do jovem rico o questiona perplexo: “Então quem poderá se
salvar”?
O jovem rico era um judeu padrão. Nos tempos de hoje ele é
como muitos. Criado na igreja, observador da bíblia, freqüentador da escola
bíblica dominical e estudioso; sem beber, fumar ou cheirar coisa alguma,
guardando-se sexualmente para o casamento e etc. Padrão. Religioso padrão.
Seguindo o esquema – sem fugir do roteiro de bom moço católico/evangélico.
Ainda sim, essas coisas não eram garantias de acesso ao Reino
dos Céus. Quando o jovem interpela Jesus sobre o que faltava para salvação, o
Mestre é enfático e o leva a uma viagem dentro das câmaras do seu coração,
descortinando a demagogia daquele moço que observava os mandamentos desde
menino, contudo, ainda não os tinha absorvido no seu interior. Cristo o desafia
a encarnar a mensagem que ele estudava desde sua infância com duas ações:
1 – Vender tudo que
tinha e doar aos pobres. Não se tratava de dinheiro, de comunismo ou
qualquer ideologia. Tratava-se de viver em prol do outro. Tratava-se de amar a
Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo. Os dois maiores
mandamentos. O jovem atendia o padrão do sistema, mas não o de Deus.
2 – Seguir o Cristo de
Deus. Há uma diferença entre ser convencido no Evangelho e ser convertido
pelo Evangelho. Milhares de pessoas escutam o Evangelho desde pequenos, mas são
incapazes de reconhecer o Senhor em uma esquina. As ovelhas reconhecem a voz do
seu pastor. Somos chamados ao privilégio de caminhar o caminho de Cristo, ele é
o caminho. Não há outro alvejante além do sangue de Jesus capaz de limpar a
podridão do esgoto que derramamos sobre a plataforma santa do Criador. Blasfemamos
contra um Deus santo no nosso pecado e por isso somos dignos de sua ira.
Salvação para nós é impossível – mas o Amor faz possível todas às coisas.
O Pai sustenta a existência no sacrifício do Filho. O Filho
é a reconciliação. O filtro que côa nossos pecados e que aplaca a ira causada por
nossas transgressões.
Se Nele nos movemos, vivemos, existimos e pecamos. Somente
Nele somos perdoados e justificados.
Nele sejamos abençoados.
Amém.
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