Palavra Antiga |
Eu já compartilhei aqui em outro texto (clique aqui para ler) o meu pensamento sobre a predominância na música evangélica brasileira. Não é segredo para os meus leitores que não tenho paciência para escutar os apelos mimados de "...restitui Senhor, eu quero de volta o quê é meu..." e corações rancorosos degustando vinganças com sabor de mel.
Também não é novidade o que eu penso a respeito do movimento neopentecostal, que por ter tomado proporções enormes acabou por "representar" para os desavisados o protestantismo brasileiro - nada mais injusto e falso.
Mas existem os sete mil que não se dobram diante de Baal. Ainda existe os profetas dispostos a perderem cabeças na bandeja de prata. Homens que tem compromisso com as Escrituras e não com pseudo visões dadas por "deus"!
Quero compartilhar a inteligente música Rookmaaker da banda mineira Palavra Antiga. A letra dessa bela canção é uma manifestação direta da influência do escritor Henderik Rookmaaker sobre o pensamento de Marcos Almeida, estudante de Arte - Educação, compositor e cantor do Palavra Antiga.
Essa música mostra a importância de ser conhecedor da cultura além dos currais eclesiásticos para que possamos dialogar com o mundo de uma forma sensata, sadia e relevante. Contudo, não é apenas pela boa letra que se destaca esse quarteto formado por dois mineiros e dois capixabas. A estética sonora do P.A foge do óbvio, traz uma mistura de ritmos que só quem está antenado com a arte num todo consegue produzir.
Uma nota interessante é que os músicos do Palavra Antiga eram os músicos da banda da Heloísa Rosa, outra artista que vai na contra mão desse mercado "golpel".
Ou seja, música boa! Tá tudo em casa!
Estou postando uma versão acústica, mas você pode ouvir na versão original fazendo o download aqui.
Site da banda: http://www.palavrantiga.com/
Degustem.
Composição: Marcos Almeida
Eu leio Rookmaaker, você Jean Paul Sartrê.
A cidade foi tomada pelos homens.
Na cidade dos homens tem gente que consegue ler,
mas os outros estão néscios pra Ti.
Eu canto Keith Grenn, você canta o que?
A cidade está cheia de sons.
Na cidade dos homens tem gente que consegue ouvir,
mas os outros estão surdos pra Ti.
Vem jogando tudo pra fora.
A verdade apressa minha hora.
Vem revela a vida que é nova.
Abre os meus olhos agora.
Eu fico com a escola de Rembrandt você no dadaísmo de Berlim.
A cidade está cheia de tinta.
Na cidade dos homens tem gente que consegue ver,
mas os outros estão cegos pra Ti.
Eu monto o paradoxo no palco. Você anda zombando da Cruz.
A cidade está cheia de atores.
Na cidade dos homens tem gente que consegue dizer,
mas os outros estão mudos pra Ti.
Vem jogando tudo pra fora.
A verdade apressa minha hora.
Vem revela a vida que é nova.
Abre os meus olhos agora.
Toda vez que procuro pra mim algo pra ler, ouvir, olhar e dizer,
Senhor sabe o que eu quero.
Não me furto a certeza: és a Vida que eu quero.