SUBVERTA

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Evangelho: Aprecie Sem Moderação!


Radicalismo. Essa palavra tem borbulhado dentro do meu peito nos últimos dias. Dias atrás escrevi o texto "Um convite a Bandeja de Prata -Consequências de uma Juventude Sem Radicalismo" e ainda continuo com o desejo de dizer algumas coisas sobre esse assunto.

Quero deixar claro que não falo de um radicalismo nocivo, infantil, intolerante e cruel como dos fanáticos religiosos, ditadores políticos ou até mesmo de jovens mimados como os boyzinhos da USP. Falo de uma paixão pelo correto, de uma energia que é característica nos jovens, da motivação alavancada pela justiça e pelo bem comum.  

Clamo que nossa juventude abandone sua moderação excessiva, sua passividade letárgica, seu egoísmo e seu individualismo. Clamo que nossos jovens estejam dispostos a darem suas vidas pelo Evangelho do Reino de Deus.  Dar a vida pelo evangelho é doar-se pelo bem e pela justiça. Morrer para que outros possam viver. Muitos homens que não tiveram a revelação do Reino de Deus morreram em revoluções sociais - morreram apaixonados por justiça. Observamos isso recentemente no Oriente Médio. Recentemente, nas avenidas de Wall Street, até os jovens americanos estão manifestando contra o capitalismo selvagem do seu país, clamando contra a concentração de riquezas que resultou nesse fiasco global. Jovens que enfrentam armas por liberdade e igualdade.

Eles gritam: Liberdade ou morte! Justiça ou morte! Igualdade ou morte!

E eles não creem no evangelho. Eles não creem no Reino de Jesus, porém demonstram a fome e sede de justiça que os cristãos deveriam ter.  O Evangelho genuíno é radical. Como diria C. S. Lewis: “Não recomendo o evangelho para qualquer pessoa que esteja buscando uma religião confortável”. 

Mas, o fato é que hoje, no Brasil, deturparam tanto o evangelho, importaram tanto as fórmulas americanas, que o resultado foi a criação de outra religião, um neopentecostalismo que obscenamente usa a bíblia como plataforma para suas orgias espirituais. Essa religião é a versão “espiritual” do capitalismo; alienando, seduzindo e deteriorando a força intrínseca de uma juventude que poderia mudar a situação do nosso país e da igreja brasileira.

Jovens que se isolam cada vez mais da realidade sob o pretexto de serem separados (santificados), de não “serem” do mundo, de serem super espirituais, quando na verdade, a única coisa que conseguem é ser irrelevantes para a sociedade, para o bem comum. Eles não conseguem compreender que ser santificado por Deus não significa estar isolado do mundo, mas sim estar inserido no mundo sem contaminar-se, como Daniel na Babilônia, transformando, influenciando e subvertendo. A batalha começa no campo espiritual, em oração, e conclui-se no campo físico com atitudes de amor e paixão radical por justiça.

Jesus disse: “Pai, não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal”.

Minha crítica vai aos homens hipócritas que fazem da religião apenas uma cortina de fumaça para camuflarem seus pecados. Homens que oram pelos pobres, mas não repartem o pão. Ricos que filosofam sobre sociologia sentados atrás da mesa, saboreando seu vinho tinto com queijo gorgonzola. Inclusive alguns pobres metidos à classe média. Covardes demagogos. São como nuvens carregadas que só trazem ventos, mas não derramam chuvas.

Enquanto isso, cada vez mais aumenta o número dos bons samaritanos da parábola de Jesus. Espíritas samaritanos, ateus samaritanos, socialistas samaritanos, maçons samaritanos. E o povo de Deus, onde está? Onde você está?!

Os cristãos primitivos, baseados nos ensinamentos de Jesus fundaram uma seita que foi denominada pelos  judeus de cristianismo. Os primeiros seguidores dessa seita eram radicais, apaixonados, encantadores, servis, piedosos e valentes. Confessar ser discípulo de Jesus significava morrer violentamente. Muito, muito diferente da maioria dos autointitulados cristãos do século XXI.

Contudo, ainda há uma esperança. Hoje, nós que somos os remanescentes do evangelho puro e simples devemos pedir ao Pai para reavivar o sentimento que permeava os corações dos nossos primeiros irmãos. Devemos ser uma minoria relevante como a igreja primitiva foi em Roma e Jerusalém. Devemos virar o mundo de cabeça para baixo! Devemos estar prontos para pagar o preço de sermos famintos por justiça e inconformados dentro desse mundo que padece na mão do Mal.

Que vergonhoso é o nosso caminhar comparado aos nossos irmãos primitivos, nossos irmãos contemporâneos espalhados pelos países onde o cristianismo continua sendo uma seita e seus seguidores são perseguidos e mortos.

Que Deus nos perdoe e nos coloque de pé, nos encha com sua coragem e amor para sermos relevantes nesse mundo.

Que o Espírito Santo convença a todos nós. Que Deus nos perdoe por nossa covardia rotulada de moderação. 


Amém?!


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