Olá camaradas!
Antes de qualquer coisa quero pedir desculpas pela falta de frequência na atualização do blog. Acontece que estou em fase de finalização de um projeto musical experimental com alguns comparsas de subversão e tenho tido dificuldade de escrever textos e músicas ao mesmo tempo. Infelizmente minha limitação cerebral me impede de realizar várias atividades ao mesmo tempo. Ou eu escrevo músicas ou escrevo textos.
Escrever geralmente é tranquilo, músicas mais ainda. Porém, esse trabalho foi desafiador. Nunca escrevi minhas músicas com temas únicos, na maioria das vezes eu falo sobre várias coisas em uma mesma letra, mas nesse trabalho idealizado pelo meu chapa Orfeu, intitulado Oximoros, eu tinha que escrever meus versos dentro de um tema proposto por ele.
O trabalho é independente, feito de maneira subversiva e militante, porém atento para a qualidade. É um trabalho underground, não se trata de rap para exercitar o quadril, mas sim, o cérebro.
Transcrevo para vocês a música Movimento de Rotação, que é uma explanação do que acontece quando Jah inverte a ordem da fila. A canção é assinada por mim e Orfeu.
Aperte o play Dj!
Movimento de Rotação
Orfeu/Comuna
No papel de pão, o êxodo registro...
Tô na base da pirâmide,
Mas conheço os tramites,
Pra fuga do Egito.
Lá vem Moisés...
Vamos para terra que emana leite e mel, dos favos
Não mais escravo...
Bye - bye Ramsés.
Homens do pântano transtornam a Metrópole,
Como Godzilla.
Chegam à Acrópole,
Quando Jah inverte a ordem da fila.
Perderam a vez,
"Reis pela entrada de serviço!"
O mínimo por mês,
Cômodo de dois por três nos fundos de um cortiço,
Mestiços, como eu
Agora sentem na pele
Limpam o chão para o senhor Orfeu,
Desfilar com sua Gizelle.
Mesa tá servida,
Fartura na Somália.
Mas cães lamberam minhas feridas,
Salivei pelas migalhas...
Do rico
Agora, sedento, sem subterfúgio,
O dedo do mendigo é sujo,
Mas quer molhe o teu bico.
O mundo dá muitas voltas.
Rotação e translação.
Moleque quando solta o pião...
Por cima ou por baixo, de sede ou afogado
Do calor do cangaço aos ventos frios do Ártico
Eu to no páreo, o mundo gira e eu não paro
Pairo sobre a taça como/como um vinho raro
Que um dia foi apenas uva presa em um cacho
Da boca da formiga para a boca da princesa
Escorre a gota entre os seios, o plebeu lambe a beiça
Agora de patrão quero degustar a sobremesa
Da cama para o chão, da pia para a mesa
Um brinde ao efeito rotação que me lançou na realeza.
Gira /gira mundo o jogo vira e não demora
Remotas serão as nossas chances de derrotas
Subsidio do poeta pra rimar nunca se esgota
Cinzas da Babilônia na sola de minha bota.
É nósssss! Ass. Impune, Hããããããããã!
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